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Golpe representa risco ao Sistema Único de Saúde

Em manifesto, entidades afirmam que a agenda dos que defendem o impeachment é contra o SUS

Publicado: 04 Abril, 2016 - 16h03 | Última modificação: 05 Abril, 2016 - 11h16

Escrito por: CUT Nacional

Reprodução
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Sem democracia, não tem SUS

Nesta quarta (6), às 18h, na Faculdade de Saúde Pública da USP (avenida dr. Arnaldo, 715), haverá ato de entidades que defendem e constroem o SUS em defesa da democracia e contra o golpe. A militância entende que o SUS, concebido durante a elaboração da Constituição de 1988, é essencialmente democrático, pois visa atender todos os brasileiros e é público. Grupos oposicionistas ao SUS - entre os quais muitos que hoje defendem o impeachment - já defenderam, em inúmeras ocasiões, formas de privatizar o SUS.

No Estado de São Paulo, por exemplo, vários hospitais públicos hoje são administrados pelas chamadas Organizações Sociais, entidades privadas que gerem os recursos públicos e dirigem as unidades de saúde segundo critérios próprios a cada estilo de organização.

Leia o manifesto da saúde:

"A SAÚDE EM DEFESA DA DEMOCRACIA – NÃO AO GOLPE !!!    

Nós, militantes da saúde (usuários, gestores, trabalhadores, dirigentes de entidades de trabalhadores, docentes, pesquisadores, residentes, estudantes, conselheiros e ativistas de movimentos populares da saúde), que dedicamos nossas vidas nas últimas décadas ao processo de construção e implementação do Sistema Único de Saúde, a partir da visão de que a saúde é um direito social, de cidadania e, portanto, um dever do Estado, manifestamos o nosso repúdio a qualquer tentativa de impeachment de uma presidenta eleita pelo voto popular descumprindo o estabelecido na Constituição.

O impedimento de quem galgou o posto de presidenta da República sem que tenha cometido crime de responsabilidade, devidamente comprovado, é GOLPE. Golpe também sobre os avanços democráticos, na atenção universal e gratuita representados pelo SUS.

Compreendemos que a promoção, a produção da saúde e o enfrentamento dos determinantes sociais, que possam garantir vida com mais qualidade e saúde para a nossa população, são indissociáveis da garantia de direitos sociais e da democracia, conquistados com muita luta e ameaçados.  Aqueles que não obtiveram aprovação nas urnas e que se associam aos interesses de empresários e financistas inescrupulosos, setores do judiciário e da mídia, mancomunados para produzir atalhos que poderão escrever, se tiverem êxitos, uma história de trevas e atraso para o nosso país.

Nós, que prezamos e lutamos pela democracia, não podemos aceitar essa afronta ao Estado Democrático de Direito.

Saúde, democracia e cidadania em nosso país foram conquistas estabelecidas no contexto da luta política pela redemocratização. Também execramos a corrupção e esperamos que o país seja passado a limpo. Todos que cometeram ilícitos – mas todos mesmo – devem ser investigados e punidos, dando-lhes o direito de responderem as acusações respeitado o devido processo legal. Não vamos permitir retrocessos. Conclamamos todos os democratas a se unirem na luta pela democracia e contra o golpe.

Repudiamos também o clima de ódio fomentado. Se nos calarmos diante desta ilegalidade democrática, estaremos nos calando diante da intolerância com o desigual, diante da violência contra a comunidade LGBTT, mulheres, negros periféricos. Respeito à diferença coerente com os princípios do SUS como a equidade.

O SUS sofre há muitos anos com ataques constantes dos mesmos setores da mídia que apoiam hoje o golpe. Uma política pública ameaçada de ampliar seu desfinanciamento com a agenda apresentada por grupos golpistas, com graves consequências à universalidade, integralidade e equidade.

Só existe SUS na democracia!

Saúde é luta!!!

Não vai ter golpe!!!"