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Alesp aprova fechamento da FURP, fábrica de remédios gratuitos de São Paulo

A FURP fornece anti-hipertensivos, antibióticos, remédios para HIV, tuberculose e imunossupressores, anti-inflamatórios, hipoglicemiantes e medicamentos para saúde mental

Publicado: 12 Novembro, 2025 - 11h01 | Última modificação: 12 Novembro, 2025 - 11h16

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha

Governo de SP
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FURP

Em derrota para o povo paulista, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou, nesta terça-feira (11), o projeto de lei complementar (PLC) nº 49/2025, que extingue a Fundação para o Remédio Popular “Chopin Tavares de Lima” (FURP). O PLC foi enviado à Alesp pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em regime de urgência, no dia 13 de agosto.

A fábrica fornece anti-hipertensivos, antibióticos, remédios para HIV, tuberculose e imunossupressores, anti-inflamatórios, hipoglicemiantes e medicamentos para saúde mental, além de produtos amplamente usados em programas públicos como o Dose Certa e a Farmácia Popular. Foram entregues gratuitamente, somente nas sete unidades das Farmácias Dose Certa, de setembro de 2024 a junho de 2025, mais de 370 milhões de unidades farmacotécnicas, de mais de 100 tipos de produtos. 

Embora o projeto do governo paulista passe as atribuições da FURP para o Instituto Butantan, críticos ao projeto denunciam que as fundações têm expertises diferentes. Também não se tem informações de onde o governo estadual compraria os remédios necessários para a população e nem o custo dessa possível compra de milhões de unidades, até que se inicie uma nova produção.

“A natureza do Butantan é diferente da natureza da FURP. No projeto, em momento algum, é apresentado como é que vai ser feito esse processo de transição, como vai ser essa gestão, nem se será montada uma nova estrutura de Estado que atue tanto na parte de vacinas como na parte de produção de remédios, além de não ter nenhuma avaliação econômica”, criticou o deputado Luiz Cláudio Marcolino (PT), há duas semanas, em entrevista ao Portal CUT. Para o deputado o fechamento da FURP atende os interesses do setor farmacêutico privado.

Demissões

A FURP conta hoje com um total de 800 trabalhadores e trabalhadoras contando com os CLT e terceirizados, e o destino deles é incerto. O texto diz que os funcionários estatutários serão transferidos para outros órgãos do estado.

A preocupação dos deputados da oposição ao governador é a de que a extinção da FURP levará à demissão de trabalhadores qualificados, à desestruturação de equipes técnicas, à perda de conhecimento acumulado e ao enfraquecimento de polos produtivos regionais.