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Vitória histórica: trabalhadores da...

Justiça reconhece luta do sindicato e também abona dias de greve

Publicado: 05 Julho, 2012 - 18h11

Escrito por: Luiz Carvalho

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Carioca, presidente do Sintraconst, durante assembleia na Usina da ValeCarioca, presidente do Sintraconst, durante assembleia na Usina da ValeJulgamento do dissídio que reconheceu legitimidade da luta do sindicatoJulgamento do dissídio que reconheceu legitimidade da luta do sindicato
Mais uma vez, a mobilização, a organização e a capacidade de pressão do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Espírito Santo (Sintraconst-ES) resultaram em uma grande vitória.  

Na tarde dessa quarta-feira (4), em decisão unânime, os desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho local julgaram o dissídio coletivo da categoria e estabeleceram um aumento de 14% nos salários para todos os operários do estado.

Era exatamente o que exigia o Sintraconst-ES, que, até então, havia arrancado o índice para os operários das grandes empresas, como Mendes Júnior, as empreiteiras da Samarco e da 8ª Usina da Vale. Agora, o benefício é geral, tanto para o pessoal da indústria quanto da construção.

No caso da construção, serão 12% de aumento retroativos a maio e mais 2% em novembro. A cesta básica será de R$ 170, com outros R$ 80 de gratificação para os trabalhadores que não apresentarem faltas injustificadas no mês. As empresas também arcarão com R$ 60 do valor do plano de saúde

Já na área industrial, serão 14% de aumento, R$ 400 de cesta básica e plano de saúde gratuito e extensivo à família.

Os avanços são resultado da greve realizada em maio e também considerada legal pelo Tribunal no julgamento de quarta. Portanto, todos os dias serão abonados. Na ocasião, mais de 5 mil obras foram paralisadas e 99% da categoria aderiu ao movimento que reuniu cerca de 80 mil trabalhadores.

Presidente do Sintraconst-ES, Paulo Peres, o Carioca, destaca, inclusive, que a capacidade de diálogo do sindicato com as bases foi reconhecida e elogiada pelos desembargadores, enquanto a atuação das empresas foi alvo de críticas.

“O Sinduscon (sindicato patronal) pediu abusividade da greve e os desembargadores lembraram que o Espírito Santo cresce em um ritmo superior ao da China, que a construção é um dos setores que mais lucram, ressaltou que o preço dos imóveis crescem a um ritmo assustador e que oferecer somente 6% de reajuste é um enfrentamento aos trabalhadores e, praticamente, um convite à greve”, afirmou.

Agora é na pesada – Após essa conquista, o sindicato segue para defender os cerca de 50 mil empregados da indústria pesada.

O Sintraconst-ES passa a ocupar o lugar do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada do Espírito do Santo (Sindopem-ES). Há 15 anos, a entidade que representa os operários de grandes obras como rodovias, pontes, estádios e viadutos, enfrentava um processo na Justiça do Trabalho apontando sua ilegalidade.

A direção do Sindopem era uma aula de ataque à classe trabalhadora, com convenções que permitem banco de horas, ao invés de pagamento de horas extras, e contratos temporários. Situação que apenas reforça a luta histórica da CUT para que a organização sindical seja livre e autônoma.

“Em 15 dias começamos a negociar com os patrões. A data-base é em setembro e já queremos iniciar com tudo”, aponta Carioca.