• Kwai
MENU

Violência crescente e impunidade afligem...

Em seminário durante o Congresso da Contag, entidades internacionais expuseram problemas comuns ao trabalhador do campo

Publicado: 05 Março, 2013 - 09h37

Escrito por: Rede Brasil Atual

Assassinatos, precarização das relações de trabalho, concentração de terras e "contra reforma agrária" são algumas das modalidades de violência no campo debatidas em seminário que precedeu a abertura do 11° Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Na primeira parte dos debates, realizadas no final da manhã desta segunda-feira (4), representantes de entidades internacionais expuseram problemas comuns ao trabalhador do campo. "A violência no campo está crescendo. A impunidade é o combustível que alimenta essa máquina do terror", afirmou o secretário regional para a América Latina e Caribe da União Internacional de Trabalhadores da Alimentação (Uita), Gerardo Iglesias.

Segundo ele, um caso particularmente preocupante é o da Colômbia – de cada dez sindicalistas mortos em 2012, seis crimes ocorreram naquele país. Iglesias classifica o modelo atual de "violento e excludente". Mesmo quando está trabalhando, acrescenta, o homem do campo "não sai do labirinto de pobreza e se mantém em condições indignas de vida".

A vice-presidenta da Contag e secretária-geral da Confederação Internacional de Organizações de Produtores Familiares, Camponeses e Indígenas do Mercosul Ampliado (Coprofram), Alessandra Lunas, diz que existe um fenômeno crescente de migração nas fronteiras, da mesma forma que ocorre internamente no Brasil. Além disso, a busca crescente de mercados para exportação tem acelerado a saída de pessoas do campo. Levantamento feito pelas entidades em 2010 identificou um movimento de fusões de empresas no setor de alimentação inferior apenas ao do setor eletrônico.

"Nós questionamos a afirmação de que quem garante a segurança alimentar é o agronegócio", afirma Alessandra. "Segundo dados do IBGE, 70% dos alimentos básicos vêm da agricultura familiar. A soberania alimentar passa pelo fortalecimento da agricultura alimentar. Esse debate precisa ser feito: quem alimenta e sob quais condições."

Em carta aberta, as entidades afirmam que "já não há mais país nem região onde não haja assassinatos ou expulsão de indígenas e camponeses de suas terras".