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Truculência: Vigilantes do Paraná...

Publicado: 10 Junho, 2010 - 16h25

Escrito por: CUT-PR



 

O Sindicato dos Vigilantes de Curitiba eRegião Metropolitana (Sindvigilantes) denuncia que profissionais da área estãorecebendo ameaças. O motivo é a posição contrária do sindicato em relação aos“bicos” feitos por policiais militares como vigilantes.

 

O assunto foi discutido durante audiênciana Assembleia Legislativa do Paraná, o que reavivou o debate. A prática destes“bicos” por policiais militares é ilegal, ou seja, eles não podem trabalharcomo vigilantes nas horas vagas. O evento foi organizado pela Federação dosVigilantes.

 

Segundo o presidente do Sindvigilantes,João Soares, as ameaças ocorrem há algum tempo, mas depois da audiênciasurgiram mais algumas, inclusive enviadas por e-mail. Uma delas sugere que oameaçador é policial militar, e diz o seguinte: “somos mais fortes do que vocêspensam (...), tenha mais respeito pelos PMs e fiquem na sua, cuidem do seusindicato e tentem ajudar os vigilantes, mas não fazendo sensacionalismo emcima de policiais honestos que honram a farda que vestem e dão o sangue pelasociedade (...) ” . “Diante disso não temos muito o que fazer, apenas temos quenos cuidar mais”, afirmou Soares. Segundo ele, grande parte dos policiais quefazem esses “bicos” como vigilantes trabalham para empresas clandestinas desegurança.

 

Essas empresas, de acordo com Soares, sãomuito mais numerosas em todo o Paraná do que aquelas que estão com adocumentação em dia. “Aquelas que são irregulares funcionam somente com oalvará da prefeitura, quando deveriam também ter autorização da PolíciaFederal”, informou. Para Soares, várias ações devem ser tomadas para que asituação dos “bicos” seja extinta, como melhorar o salário dos policiais eaumentar a fiscalização das empresas de vigilância irregulares.

 

O encontro também serviu para costurarpropostas para melhoria da segurança na região. Entre as proposições estão umamaior transparência nos dados estatísticos da Secretaria Estadual de SegurançaPública; o rastreamento de viaturas para evitar desvios de função; afiscalização interna e externa nas polícias Civil e Militar; cobrar dos bancosum maior investimento na área de segurança; a realização de campanhaseducativas, para que o comércio não contrate empresas clandestinas devigilância; e a retomada, no Congresso Nacional do Projeto de Lei quecriminaliza essas empresas piratas.

 

Pesquisa do Ministério da Justiça e doPrograma das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) revelou, no fim do anopassado, que a maioria dos policiais do país mantém uma segunda atividaderemunerada. O bico policial é uma realidade nacional, embora seja proibido peloregimento das corporações.

 

No caso do Paraná, soldados dizem queoficiais agenciam colegas para fazer vigilância privada, problema tambémencontrado na Bahia pelo presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes,José Boaventura. A desfaçatez é de assustar. “Eles dizem que fazem isso porqueprecisam pagar as contas”, relatou Boaventura.