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Trabalhadores de renda mais alta também estão com nome sujo

Dos 63 milhões de brasileiros inadimplentes, 10,8% ganham mais de 10 salários mínimos por mês

Publicado: 29 Agosto, 2018 - 15h03 | Última modificação: 29 Agosto, 2018 - 15h09

Escrito por: Redação CUT

Em julho, pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que o aumento da taxa de inadimplência no País atinge todas as faixas de renda. São mais de 64 milhões de brasileiros com o nome sujo.

Apesar de ser maior entre os mais pobres, a dificuldade de pagar as dívidas está atingindo também os trabalhadores e trabalhadoras de renda mais alta. De acordo com a empresa, 10,8% dos trabalhadores e trabalhadoras que recebem mais de 10 salários mínimos mensais estão com problemas para zerar suas dívidas.

Alguns especialistas falam da falta de educação financeira e de planejamento para explicar o aumento da inadimplência a faixas de renda mais alta mas, a maioria, ressalta o alto índice de desempregado, o subemprego e a crise econômica que se arrasta há mais de três anos.

Inadimplência

Especialista ouvido pela TVT aponta falta de planejamento, educação, desemprego e queda na renda como fatores da inadimplência.

Ainda assim, afirma que esses fatores afetam, sobretudo, os mais pobres. "A concentração acaba acontecendo por esses outros fatores e pela falta de renda e desemprego", declara a analista ao Seu Jornal, da TVT, acrescentando que, em função desses desdobramentos da crise, as pessoas acabam recorrendo ao "cheque especial" e ao cartão de crédito. "Essas duas linhas de crédito são as que têm as taxas de juros mais elevadas", critica a economista que vê a situação como uma forma de lucro do mercado financeiro.

Para o docente de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Ladislau Dowbor, o setor financeiro do país pratica "verdadeira agiotagem", inadmissível em países desenvolvidos. "No caso brasileiro, o Banco Central e o Ministério da Fazenda, controlados por banqueiros, ninguém tem controle sobre o processo", contesta o professor, durante o 5° Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde, realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), nesta terça-feira (28).