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Temer leiloa pré-sal e multinacionais já são donas de 75% das reservas do Brasil

Com a 5ª Rodada de Licitação do Pré-Sal realizada nesta sexta-feira (28), multinacionais já são donas de 75% das nossas reservas

Publicado: 28 Setembro, 2018 - 18h13 | Última modificação: 01 Outubro, 2018 - 13h06

Escrito por: Redação CUT

Reprodução/FUP
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Depois de cinco leilões do pré-sal promovidos pelo governo golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), as multinacionais já são donas de 75% das  reservas do Pré-Sal do país. O resultado foi alcançado nesta sexta-feira (28), após as  petrolíferas estrangeiras arremataram mais de 90% dos 17,39 bilhões de barris de petróleo que foram leiloados na 5ª Rodada de Licitação do Pré-Sal.  

O preço médio pago por cada barril do Pré-Sal leiloado foi de apenas R$ 0,34. Para chegar neste valor, basta fazer a equivalência entre os R$ 6,82 bilhões que o governo arrecadou em bônus de assinatura e o valor atual do barril de petróleo. 

“É o pagamento do golpe. Ou alguém ainda tem alguma dúvida?”, indaga o coordenador em exercício da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Simão Zanardi Filho.

O dirigente lembrou ainda que, assim que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff foi aprovado no Senado, o Congresso Nacional aprovou imediatamente o projeto do senador José Serra (PSDB/SP) que, atendendo à promessa feita às petrolíferas estrangeiras, tirou da Petrobras a exclusividade na operação do Pré-Sal e acabou com a obrigatoriedade da estatal ter participação mínima de 30% nos leilões. 

“Essa foi a primeira de várias outras contas do golpe que foram pagas pelo povo brasileiro. Por isso, é fundamental elegermos um governo e um Congresso comprometidos com os interesses nacionais. Só assim, conseguiremos deter a entrega do Pré-Sal”, afirma Simão.

O resultado do leilão

Todos os quatro blocos ofertados pela ANP no leilão desta sexta-feira, foram arrematados em questão de minutos. A britânica Shell e a norte-americana Chevron levaram sozinhas o bloco de Saturno, na Bacia de Santos, o mais valioso, com reservas estimadas em 8,3 bilhões de barris de petróleo. A ExxonMobil (EUA), a BP (Reino Unido), a CNOOC (China), a QPI (Catar) e a Ecopetrol (Colômbia) dividiram os outros dois blocos da Bacia de Santos (Titã e Pau Brasil), enquanto a Petrobras se contentou com o bloco de Tartaruga Verde, na Bacia de Campos, o menos disputado.

Esse foi o quarto leilão de campos do Pré-Sal, no Regime de Partilha de Produção, que o governo Temer, sem a legitimidade das urnas, realizou em dois anos de golpe. Neste curto espaço de tempo, as petrolíferas estrangeiras abocanharam a maior parte das reservas do Pré-Sal brasileiro que foram licitadas.

Ao todo, 13 multinacionais já se apropriaram de reservas equivalentes a 38,8 bilhões de barris de petróleo, de um total de 51,83 bilhões de barris que foram leiloados.  Juntas, essas empresas concentram 75% das reservas, onde são operadoras em seis dos 14 blocos licitados.

As britânicas Shell e BP já acumulam 13,5 bilhões de barris de petróleo em reservas do Pré-Sal. Mais do que a própria Petrobrás, que detém 13,03 bilhões de barris em campos leiloados nas cinco rodadas da ANP. 

Petroleiros protestam

Para protestar contra mais esse crime de lesa pátria, a FUP e seus sindicatos realizaram manifestações em frente às sedes da Agência Nacional do Petróleo (ANP), no Rio de Janeiro, e da Petrobras, na Avenida Paulista (SP), além de atos e mobilizações nas bases da petrolífera brasileira. Na última terça-feira (25), a FUP também ingressou com uma Ação Civil Pública, cobrando a suspensão da 5ª Rodada.