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SP: Paralisação na Gerdau protesta contra acidentes após anúncio de demissões

Sindicato dos Metalúrgicos contesta números e a postura da empresa

Publicado: 14 Agosto, 2025 - 14h26 | Última modificação: 14 Agosto, 2025 - 14h56

Escrito por: Guilherme Moura - Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba

Foto: Guilherme Moura / Sindicato dos Metalúrgicos de Pinda
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Os trabalhadores da fábrica Gerdau em Pindamonhangaba (SP) estão fazendo uma paralisação nesta quinta-feira (14) contra o excesso de acidentes e em defesa dos empregos. O ato também integra as mobilizações pela Campanha Salarial.

A Gerdau anunciou no dia 1º de agosto que havia dispensado 1.500 trabalhadores no Brasil este ano e que as demissões teriam ocorrido principalmente em Pindamonhangaba e Mogi das Cruzes. O Sindicato dos Metalúrgicos contesta os números e a postura da empresa.

De acordo com a entidade, o anúncio não corresponde à realidade que tem sido discutida com a direção local da fábrica, nem com as homologações, que foram cerca de cem no ano, nem com os dados do Caged, que apontam redução de 30 postos de trabalho nos segmentos que envolvem a Gerdau – siderurgia, fundição e forjaria.

Segundo o presidente André Oliveira, desde o começo do ano, o sindicato tem discutido com a empresa, com preocupação, o baixo volume de produção, mas a demissão em massa não foi apontada.

“Temos uma relação de negociação há anos com a Gerdau, mas parece que o CEO Gustavo Werneck está decidido a criar essa instabilidade, essa sensação de caos, e quer usar o nome de Pindamonhangaba para isso, para atingir o vice-presidente Geraldo Alckmin, que é de Pinda. Inclusive, é uma postura que muitos membros da própria diretoria da Gerdau não concordam”, disse.

De acordo com André, ameaças de demissão em massa prejudicam o ambiente de trabalho e aumentam o risco de acidentes.

“O clima está péssimo. Depois de meses sem nenhum acidente, já foram quatro ocorrências seguidas só depois do anúncio – menos de 15 dias –, um deles com amputação do dedo. Nós protestamos contra essa postura covarde da Gerdau de usar os empregos de forma política, para fazer ameaças ao governo, aos sindicatos, e cobramos uma negociação séria da empresa”, disse.

O sindicato também quer discutir com a empresa o programa Brasil Soberano, anunciado nesta quarta-feira, de auxílio para as empresas exportadoras que estão sendo atingidas pelo ‘tarifaço’ dos EUA. Um dos setores da Gerdau, de fabricação de cilindros, tem volume de exportação para os EUA, e o produto se enquadra no segmento de máquinas.