SindProDem faz ato de mobilização em...
Sindicato move ação contra empresa por assédio moral e desvio de função
Publicado: 08 Dezembro, 2011 - 18h47
Escrito por: Patricia Ferreira - Contracs
Nessa quarta-feira (7/12), o Sindicato dos Promotores, Repositores e Demonstradores de Mershandising de SP (SindProDem) foi à matriz da Coca-Cola, em Jurubatuba, para um ato para denunciar atitudes avbusivas da multinacional em relação aos promotores de vendas.
A mobilização veio depois de ação judicial movida no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) pelo sindicato, por assédio moral e desvio de função. A empresa foi intimada a comparecer ao MTE no dia 15/12, às 11h. O número do processo é 47940.000299/2011-15.
A situação chegou ao ponto de gerentes de vendas ligarem para os celulares dos promotores, fora do horário de trabalho, para ameaçar de demissão quem estiver reivindicando seus direitos através do SindProDem. Tanto que o promotor de vendas Rodrigo, que fazia parte da comissão de negociação com a Coca-Cola, foi demitido do cargo essa semana, após a comissão pressionar a equiparação salarial e a entrega dos prêmios. o sindicato e a própria confederação estão abertos à negociação para a reintegração do trabalhador.
O presidente da Fetracs e secretário geral da Contracs, Djalma Sutero, participou do ato.
"Queremos negociar a reintegração desse companheiro antes de tudo. É absurdo que uma multinacional desse porte aja dessa maneira", disse Sutero.
Recorrente
Não é a primeira vez que o SindProDem foi procurado por esses trabalhadores e trabalhadoras, pois a Coca-Cola tem o péssimo hábito de não pagar o piso salarial da categoria, estabelecido em Convenção Coletiva, de R$ 886,40. Além disso, a empresa líder em marcas de refrigerantes pratica assédio moral e ainda faz desvio de função - o promotor tem de trabalhar também como vendedor e sequer recebe comissão por isso.
O descaso é tanto que, há um ano, a empresa está enrolando para conceder os prêmios de vendas aos profissionais que se destacaram em 2010. A premiação, que seria em dinheiro, até hoje não chegou aos bolsos dos vencedores.
A gerência de Recursos Humanos da Coca-Cola explica que o prêmio já teria sido pago e joga a culpa para o gerente de vendas, que não teria repassado a quantia.
Para Luiz Santos (Luizão), presidente do sindicato, a postura da Coca-Cola é inaceitável.
“Eles nos procuraram já sem saída. As reclamações de assédio moral, desvio de função e baixos salários são muitas. Fomos para a porta da fábrica mostrar que promotor e demonstrador tem organização sindical. Queremos assegurar os direitos desses companheiros”, afirma.
A Coca-Cola segue o padrão de poderosas corporações, como Wal-Mart, Xérox, GM, Fiat, Ford e McDonald’s. Práticas anti-sindicais são tradição nesses locais de trabalho, apesar de nunca ter espaço para se falar do assunto na grande mídia, já que as mesmas que atentam contra o trabalhador são as que pagam anúncios caríssimos nos espaços de jornal, TV e internet.