Sindmetal-PE denuncia má qualidade da alimentação na Empresa GRI
Empresa piorou a qualidade dos alimentos e lançou uma campanha “Xô desperdício” para estimular trabalhador a limpar o prato cheio de comida ruim em troca de um brinde
Publicado: 03 Junho, 2020 - 14h10 | Última modificação: 03 Junho, 2020 - 14h37
Escrito por: Redação CUT
O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE) publicou em seu site denúncia de que a Empresa Gri, localizada no Cabo de Santo Agostinho, está fazendo uma campanha que tem como tema principal “Xô desperdício”, que consiste em dar um brinde a quem entregar o prato limpo.
O suposto objetivo alegado pela empresa é evitar o desperdício de comidas. Em média, são jogados no lixo quatro toneladas por mês de resíduos orgânicos, que são sendo encaminhado para o aterro sanitário do município.
A verdade, segundo as denuncias recebidas pelo Sindmetal-PE, é que a alimentação que a Gri está oferecendo aos trabalhadores é de péssima qualidade e por isso, está sendo deixada nos pratos.
“Embora o termo popular ‘boia-fria’ se refira ao caráter precário da refeição destinada aos trabalhadores no passado, em alguns locais esse tipo de situação ainda persiste. Mas, ninguém deveria ser submetido a esse tipo de condição ruim”, diz trecho da nota do Sindmetal-PE.
Para o sindicato da categoria, a campanha “Xô desperdício” deveria oferecer uma alimentação melhor e saudável a todos os funcionários e não oferecer brindes para quem comer uma alimentação ruim, desagradável, que é difícil de engolir.
De acordo com o Sindemetal-PE, as empresas que optam por disponibilizar comida pronta para os empregados precisam enquadrar-se em algumas normas para essa prática, que são organizadas e fiscalizadas pela Secretaria de Relações do Trabalho. O esquema de alimentação deve ser orientado pelo Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), conforme determina a Lei 6.321/1976.
São regras claras que especificam sobre o local, onde a refeição dos funcionários deve ser servida, além da obrigação de contratar nutricionistas, quando o alimento for preparado dentro da cozinha da própria empresa.
Trabalhadores que recebem comida estragada, contaminada, azeda, com resíduos ou que se alimentam em espaço inadequado podem buscar reparação na Justiça do Trabalho.
De acordo com o presidente do Sindmetal-PE, Henrique Gomes, é mais do que uma questão legal, oferecer condições básicas de alimentação. É uma atitude de respeito e dignidade. E acrescenta: “É desumano e inaceitável descumprir as regras que regem a qualidade do alimento servido na empresa”, comenta.
