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Sindicato dos Metalúrgicos de BH/Contagem e...

Evento resgata primeira paralisação de trabalhadores ocorrida na ditadura militar, que marcou a história do sindicalismo brasileiro

Publicado: 24 Abril, 2013 - 11h00

Escrito por: Sindicato dos Metalúrgicos de BH/Contagem, com Solange do Espírito Santo ? CNM/CUT

Nesta quarta-feira (24), às 19 horas, o Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte, Contagem e Região (MG) realizará um ato em homenagem aos 45 anos da greve operária de 1968 em Contagem. O evento será realizado na sede da entidade.

Várias autoridades nacionais e regionais, como o deputado federal Nilmário Miranda, e o prefeito de Contagem, Carlim Moura. Grevistas de 1968, como Ênio Seabra, Imaculada Conceição, Antônio Santana e Delsy de Paula também já confirmaram presença.

A programação do evento prevê inicialmente um debate com lideranças metalúrgicas que participaram da greve de 1968. Logo depois, haverá uma roda de viola com os grupos Prosa com Viola, Comitiva Esperança e o Violeiro Sandes. Todos os trabalhadores metalúrgicos estão convidados.

“Esse movimento iniciado nas fábricas de Contagem e que depois se estendeu para São Paulo ficou marcado na história do sindicalismo brasileiro, pois foi a primeira greve, o primeiro grito de revolta que aconteceu durante o regime militar. Esse fato reflete bem o espírito guerreiro que caracteriza a categoria metalúrgica. Foi um momento histórico e seus protagonistas merecem ser homenageados”, falou Geraldo Valgas, presidente do Sindicato.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, atividades como essa são importantes para que as lutas dos trabalhadores – fundamentais para a redemocratização do Brasil – não caiam no esquecimento. “Os metalúrgicos de Contagem foram a primeira categoria de trabalhadores a enfrentar a ditadura militar que, naquele período, foi mais repressora que na década seguinte. Aquela greve foi, antes de mais nada, um ato de coragem e serviu de exemplo para que outras categorias, para que estudantes e setores sociais também se manifestassem contra o aparato repressor do Estado. Por isso, o Sindicato está de parabéns por reavivar um movimento tão importante quanto o de Contagem, contribuindo para que nossa classe tenha reconhecida sua importância histórica”, destacou Paulo Cayres em nota enviada à entidade, já que não pode comparecer à atividade.

A greve de 1968

A greve de 1968 foi a primeira greve que aconteceu durante o regime militar e, por esse motivo, ficou marcada na história do Sindicalismo brasileiro. A greve nasceu na antiga Belgo e rapidamente se estendeu para outras fábricas da região. Os trabalhadores cruzaram os braços durante mais de uma semana em protesto contra o arrocho salarial imposto pela ditadura.

A greve só acabou depois que o governo militar anunciou um reajuste nos salários dos trabalhadores de todo o Brasil de 10% e uma comissão de deputados federais esteve em Contagem, para garantir de que não haveria represálias ou perseguições contra os grevistas.