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Servidores fazem ato em frente à Câmara contra PEC que confisca aposentadoria

PEC nº 66 obriga todos os entes federativos a adotarem integralmente em seus Regimes Próprios de Previdência Social a reforma da Previdência de 2019 (Emenda Constitucional 103/2019), de Jair Bolsonaro (PL)

Publicado: 24 Outubro, 2024 - 11h08 | Última modificação: 24 Outubro, 2024 - 16h08

Escrito por: Redação CUT

Reprodução
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Convocada pela Aliança das Três Esferas, dirigentes da CUT, diversos sindicatos e entidades que representam os servidores públicos de todo o país estão em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília, em ato contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 66 que obriga as prefeituras de todo o país a adotarem integralmente em seus Regimes Próprios de Previdência Social a reforma da Previdência de 2019 (Emenda Constitucional 103/2019), de Jair Bolsonaro (PL).

Os servidores e servidoras também podem utilizar a ferramenta no site da CUT "Na pressão" que ajuda a pressionar os parlamentares a se posicionarem contra a PEC 66 e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a votarem pela inconstitucionalidade do confisco dos aposentados e pensionistas. Clique aqui para pressionar

Acompanhe aqui 

Em diversos estados sindicatos também se mobilizam contra a PEC 66.

Leia mais: Dia Nacional de Luta contra o confisco: veja a programação dos sindicatos pelo país

A luta contra a PEC 66 é nacional porque todos os servidores que não tiveram a Reforma da Previdência de 2019 aplicadas ao Regime Próprio de Previdência Social serão atingidos. Os prejuízos para os servidores segundo a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) são os seguintes:

  • Estabelecimento de um pedágio de 100% de tempo de serviço para se aposentar;
  • Aumento do cálculo da média de 80% para 100% da média das contribuições, reduzindo os valores dos benefícios para quem ingressou no serviço público após dezembro de 2003;
  • Redução dos valores das pensões;
  • Aumento obrigatório dos valores das contribuições previdenciárias nos regimes previdenciários de todos os entes federados, sem qualquer autonomia, violando a competência concorrente definida originalmente na própria EC 103/2019.
  • Aumento da idade para aposentadoria para mulheres de 55 para 62 anos, e para homens de 60 para 65 anos;
  • Aumento da cota patronal dos entes federados, sem base em avaliação atuarial;
  • Insatisfação generalizada no âmbito da prestação de serviços públicos municipais, estaduais e distritais;
  • Insegurança jurídica;
  • Aumento expressivo, na casa de milhões, de demandas judiciais.

 Lira quer aprovar PEC

Na última semana, o presidente da Câmara Federal Arthur Lira (PL-AL) enviou a PEC 66 à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mesmo diante da pressão nacional contra a alteração na Constituição. Pelo Regimento Interno da Câmara dos Deputados, uma PEC, quando aprovada pela CCJ, deve ter o mérito analisado por uma comissão especial, em um prazo máximo de 40 sessões. Entretanto, com a Casa sob a presidência de Lira, isso não vem sendo seguido. Admitidas pela CCJ, as propostas de emenda à Constituição seguem direto para o Plenário. Com isso, a PEC 66 pode ser votada antes de dezembro.

Entidades contra a PEC

Além da CUT integram a Aliança das Três Esferas a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação (CNTE), a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam), a Federação Nacional dos Servidores e Empregados Públicos Estaduais e do Distrito Federal (Fenasepe), a Confederação dos Trabalhadores Servidores Público Federal (Condsef/Fenadsef), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) e o Sindicatos de Professores e Professoras do Ensino Superior Público Federal e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico Público Federal (Proifes).