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Servidores da Ematerce enfrentam ameaça de demissão em massa no Ceará

Sindicatos acionam a Justiça e denunciam medida do TCE que pode prejudicar assistência técnica no Ceará

Publicado: 19 Agosto, 2025 - 15h48

Escrito por: CUT Ceará

Reprodução
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Cerca de 300 empregados públicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) podem ser demitidos após decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O órgão notificou a Controladoria e Ouvidoria Geral (CGE), a Procuradoria Geral (PGE) e a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) para que adotem medidas contra trabalhadores com mais de 75 anos.

Segundo a Seplag, 132 empregados devem ser desligados em até dez dias úteis, e outros 164, em até três anos, totalizando 298 demissões. A medida atinge servidores que, em muitos casos, acumulam mais de três décadas de dedicação ao serviço público.

Reação sindical

A decisão provocou reação imediata do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual (Mova-se) e da Associação dos Servidores da Ematerce (Assema). As entidades classificam a iniciativa como precipitada e desrespeitosa e já preparam ação judicial para tentar impedir o que consideram uma demissão em massa arbitrária.

Para o coordenador geral do Mova-se, Pádua Araújo, a medida expressa descaso do governo com a trajetória dos empregados.
“Não se pode tratar trabalhadores que dedicaram 30, 40 anos de suas vidas à Ematerce como simples números. O governo deveria reconhecer quem construiu a história da assistência técnica no Ceará, e não descartá-los de forma cruel e desumana”, disse.

O dirigente do Mova-se e secretário de Mobilização e Relações com Movimentos Sociais da CUT Ceará, Hernesto Luz, ressalta que a decisão também ameaça a agricultura familiar.
“Cada servidor da Ematerce acumula conhecimento e experiência que não podem ser substituídos de maneira intempestiva. Essa medida trará sérios prejuízos sociais, técnicos e econômicos para os agricultores e agricultoras do nosso estado”, afirmou.

Impacto no campo

Os sindicatos alertam que o desligamento em massa comprometeria a assistência técnica oferecida a pequenos produtores rurais em todo o Ceará. Para as entidades, o episódio se soma a outras iniciativas que apontam para a precarização do serviço público e das políticas voltadas ao campo.

As organizações defendem que o governo abra diálogo transparente, respeite direitos adquiridos e reconheça a contribuição histórica dos empregados da Ematerce. Enquanto a disputa segue no campo jurídico, a incerteza aumenta entre os trabalhadores ameaçados de perder o emprego a qualquer momento.