Sérgio Nobre alerta sobre riscos da pejotização e defende direitos trabalhistas
Durante a 17ª Plenária Estadual da CUT-PR, dirigentes sindicais reforçam estratégias contra retrocessos e destacam ameaças da pejotização ao trabalho formal e à Previdência Social
Publicado: 04 Agosto, 2025 - 15h02 | Última modificação: 04 Agosto, 2025 - 15h33
Escrito por: Redação CUT

No encerramento da 17ª Plenária Estadual da CUT Paraná, realizada no sábado (2), dirigentes sindicais debateram estratégias para enfrentar os principais desafios da classe trabalhadora. O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, fez um alerta sobre os riscos da pejotização sem limites, tema que está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Precisamos barrar retrocessos no Congresso e no Judiciário. A aprovação da pejotização seria mais grave do que a terceirização - significaria o fim do trabalho formal, da organização sindical, da Previdência Social e do próprio Estado como conhecemos", afirmou Nobre, em mensagem enviada por vídeo exibido durante o evento.
O dirigente convocou os sindicalistas a priorizarem essa “luta”, considerada crucial para a defesa dos direitos dos trabalhadores. “Nossa tarefa é impedir retrocessos no Congresso Nacional e no Judiciário, em especial o tema da pejotização sem limites que está no STF. Sua aprovação seria uma derrota ainda maior do que foi a terceirização. Seria o fim do trabalho formal, da organização sindical, da Previdência Social e da própria existência do Estado. É fundamental o engajamento e prioridade nesta decisiva batalha”, alertou.
Nobre também afirmou que, entre as batalhas a serem travadas, é a isenção do Imposto de Renda e a taxação dos super-ricos, pautas prioritárias da CUT. “Enfim, a tão sonhada justiça tributária. Também é prioritários a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6x1, em especial no setor do comércio, bares e restaurantes, com jovens trabalhadores que iniciam sua jornada às 11h e só terminam quando o último cliente vai embora — às vezes até 1h ou 2h da manhã —, acumulando até 84 horas semanais em média, duas vezes mais que a jornada legal. Um crime inaceitável que não pode mais acontecer. Mas também precisamos aprovar o projeto de lei das centrais, do nosso modelo sindical e da negociação coletiva”, completou o presidente da CUT.
Renato Zulato, secretário-geral da CUT, que participou de debate no sábado (2), destacou o papel da Central na defesa da democracia, da soberania, e da paz, a partir de um posicionamento contra as guerras.
“A CUT, em todo momento, se propõe e apresenta uma proposta pela paz no mundo e contra a guerra. O mundo não pode viver de guerra, tem que haver harmonia entre os seres humanos. As nossas plenárias precisam ter esse debate, como vocês fazem aqui. Por isso a CUT é a maior sindical do Brasil, da América Latina e a 5ª maior do mundo”, comentou, ao criticar o genocídio na Faixa de Gaza.
Outras pautas discutidas na plenária
Já o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, reiterou a importância da mobilização em torno das pautas de interesse da classe trabalhadora.“Não podemos pensar nosso papel na sociedade sem defender a justiça tributária, a redução da jornada sem redução salarial, com o fim da escala 6x1, disse o dirigente.
“Mas, ao mesmo tempo em que precisamos avançar na conquista de direitos sociais, é necessário resistir aos ataques, como a tentativa de pejotização liberada que tramita no STF e a nova tentativa de emplacar uma Reforma Administrativa que ataca o serviço público e os servidores. No Paraná, temos ainda nossos embates com Ratinho, que se nega a receber os sindicatos e trabalha em uma lógica perversa contra a classe trabalhadora”, completou.
Saiba mais: CUT Paraná reforça estratégias de luta e elege representantes para Plenária Nacional
Abertura da plenária
A abertura da 17ª Plenária Estadual da CUT Paraná realizada na sexta-feira (1), no auditório Assis Paulo Sepp (Sinefi), em Foz do Iguaçu, destacou a defesa intransigente da soberania do Brasil. O evento reuniu lideranças sindicais e políticas de todo o estado para discutir estratégias de luta para os próximos anos.
Um ato público durante a cerimônia reforçou o tema, com cartazes exibindo frases como "O Brasil é dos Brasileiros", "Brasil Soberano" e "O Dono do Brasil é o povo brasileiro". As discussões abordaram o cenário estadual, nacional e internacional, com críticas a interferências externas.
Renato Zulato, secretário-geral da CUT Brasil, destacou o papel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na defesa da soberania nacional e comentou as ações do ex-presidente dos EUA Donald Trump: "Ele quer criar um Milei no Brasil, mas enfrentará Lula, um dos maiores estrategistas da política mundial. Não há espaço para imposições externas". Zulato também mencionou a busca de apoio de ex-aliados de Bolsonaro junto ao governo atual.
“A ideologia do capitalismo é baseada no lucro e na exploração da classe trabalhadora. No Brasil, isso não prosperará. Defenderemos a soberania nacional. Esta plenária ocorre em um momento crucial: é preciso avançar para a esquerda e combater a extrema-direita. Onde estão Ratinho Jr, Caiado e Tarcísio de Freitas? Estão escondidos”, disse Zulato.
Desafios da classe trabalhadora
Márcio Kieller, presidente da CUT-PR, destacou os desafios futuros, como a reeleição de Lula, contrastando com o governo anterior, que serviu às elites e ignorou o movimento sindical. A resistência foi forte, mas há pressões, como a tentativa de retirar o cadastro único da APP-Sindicato. O objetivo é manter um projeto popular, democrático e soberano.
Trabalho e soberania
Janeslei Albuquerque, diretora da CUT Brasil, afirmou que a classe trabalhadora é quem defende a soberania nacional e move o mundo, não o dinheiro. “A falta de consciência de classe é incentivada pela mídia, escolas e "big techs". A CUT é alvo preferencial de setores conservadores”.
Saiba mais: Abertura da 17ª Plenária da CUT Paraná reforça defesa da soberania do Brasil
Campanha “Dá uma pausa, mude a causa”
Durante a abertura política da 17ª Plenária Estadual da CUT Paraná, foi lançada a campanha “Dá uma pausa, mude a causa”, promovida pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região. A entidade tem rodado agências em toda a capital paranaense e região metropolitana, reforçando a importância dos cuidados com a saúde mental de uma categoria tão exigida e adoecida pelos métodos de gestão dos banqueiros. Saiba mais aqui.
com informações da CUT Paraná*