Santander atende pedido do Comando dos Bancários e não demitirá durante a pandemia
Sindicalistas apresentaram 17 reivindicações para proteger bancários e bancárias durante o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Uma delas era não demitir
Publicado: 24 Março, 2020 - 12h23 | Última modificação: 24 Março, 2020 - 12h28
Escrito por: Redação CUT com Contraf CUT

Assim que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foi anunciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e governos do mundo todo começaram a divulgar medidas para enfrentar o vírus, entre elas, a quarentena, a classe trabalhadora passou a lidar com dois tipos de estresse: medo do vírus e o de perder o emprego.
Atento ao que ocorre na base, o Comando Nacional dos Bancários enviou ofício a Federação Nacional dos Bancos (Febraban) com uma lista de reivindicações para proteger a categoria tanto do vírus quanto da ameaça de desemprego.
Atendendo as reivindicações do comando, o banco Santander emitiu nota comunicando que não iniciará nenhum processo de demissão em todo o território nacional durante o período mais crítico da epidemia do Covid-19.
“A medida é necessária para evitar a apreensão que existe entre os funcionários, que temiam a demissão pelo descumprimento de metas, ou por deixar de trabalhar em virtude das medidas tomadas contra o contágio e a propagação da doença”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Mario Raia.
“É uma pena que a medida não tenha sido proativa, mas uma reação do banco às cobranças do movimento sindical. Neste momento de crise, o banco deveria pensar de uma forma mais humana e se preocupar mais com a saúde de seus funcionários e clientes”, completou o dirigente da Contraf-CUT.
A nota do banco informa, ainda, que haverá demissões apenas nos casos de justa causa ou de violação do Código de Ética da organização.
Outras reivindicações
Em reunião por videoconferência, realizada na manhã de segunda-feira (23), o Comando Nacional dos Bancários apresentou uma relação com 17 reivindicações à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Entre as reivindicações, o movimento sindical pede para que os bancos mantenham apenas as atividades consideradas essenciais pelo decreto 10.282/2020, que, no setor financeiro, são: “compensação bancária, redes de cartões de crédito e débito, caixas bancários eletrônicos e outros serviços não presenciais de instituições financeiras” e que, além disso, o atendimento dos casos de extrema necessidade (como, por exemplo, os idosos que não tenham como usar outro meio e dependam do atendimento para sua sobrevivência), sejam realizados somente mediante agendamento prévio, para preservar os clientes e os trabalhadores.
Os bancos vão responder às reivindicações do Comando Nacional dos Bancários ainda nesta terça-feira (24).