SAF/MDA discute proposta de assistência técnica em propriedades fumicultoras

Na última terça-feira (18), o grupo de trabalho do Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco reuniu-se em Brasília (DF) para debater uma proposta elaborada pela Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA) em resposta à reivindicação da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf-Sul) de uma ação específica de assistência técnica e extensão rural (Ater) nas propriedades fumicultoras.

A expectativa é que ainda em 2008 seja posto em prática um projeto piloto com cinco mil famílias fumicultoras da região Sul do País, onde se concentra a maior parte destes agricultores, que contarão com assistência técnica de cerca de 200 agentes capacitados. A previsão de aporte financeiro para este projeto é de R$ 10 milhões, entre custeio e investimento, e contará na implementação com a parceria de órgãos governamentais e não-governamentais.

Participaram da reunião o secretário da SAF/MDA, Adoniram Peraci; a coordenadora do Programa, Adriana Gregolin; coordenadora da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CONICQ), Tânia Cavalcante; os representantes da Central Unica dos Trabalhadores (CUT), Albino Gewehr, do Departamento de Estudos Sócio-Econômicos Rurais (Deser), Amadeu Bonato, da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), Guilherme Eidt, e do Ministério das Relações Exteriores, Fernando Ribeiro e Marcela Pompeu. Estavam presentes, também, os professores especialistas Sérgio Schneider e Miguel Perondi, das universidades federais do Rio Grande do Sul e Tecnológica do Paraná, respectivamente.

Segundo Adriana Gregolin, a proposta visa ofertar um serviço de Ater qualificado para agricultores familiares fumicultores que aderirem à ação de reconversão produtiva em áreas de fumo. Para isso, serão capacitados agentes diversificadores sob a coordenação do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural da SAF/MDA, que desenvolverão um trabalho de incentivo à diversificação junto às famílias produtoras.

Adriana explica que após a reunião da terça-feira, o próximo passo é a discussão e aprovação da proposta com os movimentos sociais para que, depois, seja aguardada a liberação de recursos para o início do piloto. “Estamos apostando que, com esta ação, possamos contribuir de forma expressiva para que fumicultores tenham acesso a outras oportunidades de produção e de renda, consolidando meios de vida mais sustentáveis, finaliza.

O Programa Nacional de Diversificações em Áreas Cultivadas com Tabaco apóia financeiramente e tecnicamente 47 organizações governamentais e não- governamentais dos estados da região Sul e Nordeste para assessoria técnica aos agricultores familiares fumicultores, envolvendo cerca de 20 mil famílias, direta e indiretamente.

O principal objetivo do Programa é preparar as famílias fumicultoras para enfrentarem a tendência da redução do consumo de tabaco e, por conseqüência, da produção, de modo a garantir a possibilidade de diversificação de cultivos como uma alternativa de geração de renda para o conjunto das famílias envolvidas com a produção de fumo.

Estatísticas mostram que 763 municípios da região Sul (65%) produzem fumo e os municípios produtores de tabaco apresentam os menores índices de Desenvolvimento Humano (IDH).