Químicos querem estender 40h semanais para...
Publicado: 30 Abril, 2009 - 11h01
Escrito por: Repórter Brasil
Depois de conseguir a redução da carga horária de 44h para 40h semanais para o setor da indústria farmacêutica, o Sindicado dos Químicos do ABC lutam agora para expandir o feito para todos as áreas do setor. Cerca de 1,2 mil trabalhadores se beneficiarão com a medida, que será aplicada a partir de setembro deste ano.
"Esta é uma vitória para a categoria. Com a redução da carga horária o trabalhador consegue ter mais tempo para fazer cursos de aperfeiçoamento e ficar com a família", comemora Sidney Araújo dos Santos, um dos diretores da entidade. "Agora vamos trabalhar para conseguir as 40h para todo o setor químico", completa.
A Convenção Coletiva 2009/2010, assinada na última segunda-feira (27/04), conseguiu antecipar o início da jornada de 40h - antes prevista para começar em dezembro - e formalizar a recomendação de promover a participação dos trabalhadores em programas de proteção ao meio ambiente e saúde, além de reajuste de 6% sobre os salários até R$ 4,8 mil e piso de R$ 779 para empresas com até 100 funcionários e de R$ 801 para aquelas com mais de 100 empregados, além do reajuste no valor do PLR, da cesta básica e abono de R$ 500 a ser pago em agosto.
Crise
Nesta sexta-feira (01/05), dia em que é comemorado o Dia do Trabalho, o setor químico pode comemorar. De acordo com dados de Santos, o primeiro trimestre deste ano serviu para que a categoria conseguisse recuperar o número de contratações perdidas nos meses anteriores. "O impacto da crise foi muito mais para as montadoras e empresas ligadas diretamente a elas do que para nós. No início deste ano conseguimos até aumentar o número de sindicalizados", diz o diretor.
Metalúrgicos
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, o dia 1º de maio é ideal para refletir sobre o que ocorreu com a crise atual. "Ela mal chegou ao Brasil e as empresas já saíram demitindo, sem prestar contas a ninguém, sem qualquer responsabilidade social", lamenta. "Antes de demitir, as empresas deveriam, no mínimo, abrir as suas contas para comprovar a necessidade das demissões e debater se, de fato, não há alternativas", acredita.
Nobre afirma ainda que a crise atingiu empresas do mundo inteiro, mas que o setor automotivo do Brasil está em melhor situação em comparação a outros países, uma vez que o mercado interno já está se recuperando.
"Em todo o País, desde o início da crise, em setembro do ano passado, mais de 700 mil postos de trabalho foram fechados, o que mostra a urgência do debate sobre responsabilidade social das empresas", completa.
Prestes a completar 50 anos, o Sindicato representa 98,3 mil metalúrgicos, sendo 30,3 mil só nas montadoras instaladas na região, abrangendo as cidades de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. O índice de sindicalização supera os 75%.