Punição em Minas Gerais
Publicado: 22 Abril, 2008 - 17h38
Escrito por: Mais uma investida da Cemig contra os trabalhadores
A partir desta terça-feira (22) o diretor do Sindieletro e ex-coordenador da entidade, Marcelo Correia, estará cumprindo uma suspensão de 15 dias. A punição não teve como causa nenhuma indisciplina ou falha profissional, ao contrário, teve motivação política. Marcelo protestou, junto com centenas de eletricitários, contra a manipulação da Cemig na assembléia do Sintec, realizada no dia 30/11/2007 na sede da empresa.
Marcelo trabalha na Cemig há 27 anos e sempre teve sua atuação profissional elogiada. Foi o primeiro representante dos trabalhadores no Conselho Administrativo da Cemig e coordenador do Sindieletro por dois mandatos. Participou de importantes acordos como o Prosaúde, o PCR, pendência jurídicas da Forluz, além dos acordos coletivos de trabalho com aumento real de 2000 a 2005. Negociou com governadores e ministros para evitar a privatização e obter garantias para a desverticalização da Cemig. Marcelo Correia também teve um papel importante na defesa dos interesses da empresa durante a reformulação do modelo do setor elétrico.
A suspensão de uma das principais lideranças dos eletricitários é mais uma tentativa da Cemig de amedrontar e intimidar os trabalhadores e, assim, cercear seu direito de organização sindical. Depois de promover o maior espetáculo anti-democrático de sua história – convocando sindicato de fachada para aprovar sua proposta – a Cemig ainda pune aqueles que realmente representam os eletricitários nas mesas de negociação e tinham todo o direito de protestar contra a farsa montada pela empresa.
Além de Marcelo Correia, praticamente toda a diretoria do Sindieletro acompanhava a manobra do Sindicato dos Técnicos. A escolha do dirigente sindical a ser punido não foi aleatória. Dentre os diretores do Sindieletro que hoje estão na base, Marcelo Correia é o nome de maior expressão pelo cargo que ocupou. Com a suspensão a Cemig mostra mais uma vez qual a sua intenção com a aplicação das punições e reforça para os eletricitários a importância de manter a mobilização em defesa do Sindieletro como pilar de sustentação dos interesses dos trabalhadores.