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Presidente da Vale desconhece causa da queda da barragem e chama empresa de joia

Referindo-se a crime ambiental como "acidente", Fábio Schvartsman diz que laudos não indicavam perigo de rompimento da barragem. Durante minuto de silêncio pelas vítimas, permaneceu sentado

Publicado: 15 Fevereiro, 2019 - 10h47

Escrito por: Redação RBA

LULA MARQUES
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O diretor-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, admitiu que as medidas de monitoramento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), não funcionaram, mas pede que a empresa "não seja condenada" pelo ocorrido. O crime ambiental resultou na morte de pelo menos 166 pessoas, de acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil de Minas Gerais.

Durante reunião da comissão externa da Câmara dos Deputados que apura a situação das barragens no Brasil, Schvartsman disse, nesta quinta-feira (14), que a Vale "é joia brasileira". "Ela não pode ser condenada por um acidente que aconteceu numa de suas barragens por maior que tenha sido a sua tragédia."

Referindo-se à tragédia como um "acidente", o presidente da Vale disse que os laudos aos quais a companhia teve acesso não indicavam o perigo iminente de rompimento da barragem. "Passadas essas semanas desde o acidente, nós continuamos sem saber os motivos que causaram o acidente", afirmou.

Schvartsman ainda enfatizou que essa a falta de motivos para o desabamento se sustentam em laudos de estabilidade que, segundo ele, são a "pedra fundamental" de todo o sistema de mineração dentro e fora do Brasil. "É impossível de outra maneira gerir um sistema que mundialmente tem dezenas e milhares de barragens pelo mundo. É óbvio que se algum desses especialistas achar que alguma barragem corre risco iminente, não dará um laudo de estabilidade”, acrescentou.

Na terça-feira (14), o Ministério Público de Minas relatou ter tido acesso a documentos da companhia revelando que a Barragem I da Mina do Feijão estava classificada internamente em "zona de atenção", com outras nove estruturas. Em nota, a Vale disse que, para a elaboração dessa análise, foi adotada uma metodologia com um padrão mais rígido do que a legislação vigente.

Com informações da Agência Brasil e da Agência Câmara