• Kwai
MENU

Prefeito de Porto Alegre quer privatizar transporte público

Em sintonia com governos Bolsonaro e Leite, Melo quer privatizar a Carris

Publicado: 16 Junho, 2021 - 14h21 | Última modificação: 16 Junho, 2021 - 16h45

Escrito por: CUT - RS

Reprodução
notice

A política nefasta de vender patrimônio público não se restringe aos governos do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) e do governador Eduardo Leite (PSDB), mas se aplica também ao prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB).

Enquanto Bolsonaro e o seu ministro da Economia, Paulo Guedes, já enviaram projetos ao Congresso Nacional para a privatização da Eletrobras e dos Correios, além do processo de venda de refinarias da Petrobras e de liquidação da Ceitec, Leite prepara a entrega do restou da CEEE e da Corsan, após a aprovação do fim do plebiscito na Assembleia Legislativa.

Agora, Melo pegou carona e assinou nesta terça-feira (15) o projeto de lei que autoriza a desestatização, por meio de privatização ou extinção, da Companhia Carris Porto-Alegrense (Carris), a empresa pública de transporte coletivo fundada em 1873. A proposta foi encaminhada para a apreciação da Câmara de Vereadores.

De acordo com o prefeito, o projeto faz parte da reestruturação que ele irá propor no sistema de transporte público municipal. “Precisamos discutir com a Câmara e a sociedade a remodelação do transporte coletivo. O modelo atual faliu, e o cidadão não pode mais ser penalizado com um mau serviço que custa caro”, disse o prefeito em manifestação nas redes sociais.

Melo deveria fazer uma boa gestão da Carris

O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, rejeita a entrega de patrimônio público. “Desde os governos Fernando Henrique Cardoso e Antonio Britto, os brasileiros e os gaúchos têm sido vítimas das privatizações. O dinheiro da venda de empresas foi gasto todo, os serviços ficaram precários e mais caros para garantir o lucro dos compradores e a população paga a conta”, afirma. 

Para o dirigente sindical, privatizar a Carris não vai melhorar o transporte nem baratear a tarifa de ônibus. “Melo, que virou prefeito em janeiro deste ano, deveria tratar de fazer uma boa gestão da empresa, ouvindo os trabalhadores e os usuários para garantir serviços de qualidade”, aponta. “Além do mais, não existe serviço privado mais barato do que o público”.

“A mobilidade urbana teve muitas alterações nos últimos anos com o impacto das mudanças tecnológicas, como a entrada dos aplicativos, o que deve ser estudado com profundidade para buscar alternativas viáveis para resolver a crise do sistema de transporte”, destaca Amarildo. 

O dirigente da CUT-RS anuncia que a defesa da Carris vai engrossar a luta contra as privatizações. “As centrais sindicais, os movimentos sociais e os partidos de oposição estão unindo esforços para barrar a entrega do patrimônio público”.