Prefeito de Criciúma mente e servidores aderem à greve
Paralisação começou nessa segunda (5) com 85% de adesão
Publicado: 06 Junho, 2017 - 16h04
Escrito por: Fernando da Silva Neto
O primeiro dia de greve dos servidores públicos municipais de Criciúma teve concentração em frente à prefeitura. Centenas de trabalhadoras e trabalhadores passaram o dia protestando, pois, até o momento, o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) está intransigente e não quer negociar. Pelo contrário, tem usado a mídia atacar os trabalhadores da prefeitura dizendo que estes têm “regalias”.
Um dos direitos que deseja cortar da categoria é o chamado abono de férias ou Natal para servidores ativos e inativos. Porém, este abono é referente a um ano em que a inflação chegou a 11% e a prefeitura não conseguiu sequer reajustar os salários pela inflação e criou o tal abono para compensar. Portanto, este é um direito e não uma regalia, que deveria ser incorporado aos salários e não cortado.
O prefeito também se utiliza da mídia para dizer que servidores reivindicam mais de 200% de aumento no vale alimentação, que atualmente é de RS 120 e equivale a duas pizzas. O fato é que existem além do vale alimentação as marmitas que são oferecidas diariamente aos trabalhadores e trabalhadoras da prefeitura. A qualidade destas marmitas pelas quais a prefeitura paga R$11 por cada é ruim ou péssima e a categoria reivindica que este valor seja incorporado aos seus vales alimentação e assim possam abrir mão da marmita.
O prefeito nega também discutir qualquer ganho real para a categoria. Aliás, ele nem foi às negociações e mandou sempre um Secretário da Fazenda desinformado que foi importado do Governo do Estado. O salário do secretário Róbson Gotuzzo, que a prefeitura quer pagar passa de R$ 42.000 (quarenta e dois mil reais). E para quem recebe o piso da prefeitura, em torno de R$ 1 mil, a proposta do Clésio é de reajustar em apenas R$ 46.
O prefeito também atacou a entidade sindical e os comerciantes que têm convênio com a categoria. Não repassou o desconto das mensalidades dos sócios e sócias para o sindicato e não repassou o desconto das compras feitas pela categoria no comércio municipal, que passa de R$ 100 mil por mês. Comerciantes também se manifestaram pessoalmente contra as arbitrariedades do prefeito.
Pequenas alterações na contraproposta da prefeitura foram informadas à categoria no fim do dia de hoje, em Assembleia, que mais uma vez rejeitou. A greve continua firme e deve ganhar ainda mais força nas próximas horas. No dia 5 de junho, aproximadamente 85% dos serviços pararam e na quarta-feira deve chegar a 100% a adesão.