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Povo guatemalteco comemora centenário do...

Publicado: 17 Setembro, 2013 - 10h52

Escrito por: Leonardo Severo

Lançamento de livros, debates e manifestações marcaram no último sábado o centenário de nascimento de Jacobo Árbenz, ex-presidente da Guatemala de 1951 a 1954, derrubado por um golpe militar organizado pelos Estados Unidos para defender os interesses da United Fruit Company. Nos anos de ditadura que se seguiram, centenas de milhares de patriotas foram assassinados, torturados e desaparecidos.

Nascido em Quetzaltenango no dia 14 de setembro de 1913, Arbenz foi um militar nacionalista que lutou pela soberania e o desenvolvimento guatemaltecos contra os interesses da poderosa “Fruteira”, multinacional estadunidense dona das terras, portos, comunicações e do transporte do país.  

Eleito presidente, “o soldado do povo”, como era conhecido, aprofundou o programa de reformas sociais de seu antecessor, Juan José Arévalo, e iniciou a reforma agrária, entregando terra a mais de cem mil camponeses pobres e indígenas marginalizados. “Esta é a fruta mais preciosa da Revolução e a base fundamental da nação como um país novo”, destacou Árbenz em seu discurso ante o Congresso.

O líder que morreu no exílio em 1971, também é lembrado pela construção de três obras estratégicas para o desenvolvimento guatemalteco: a rodovia que une a capital ao Atlântico; a hidrelétrica Jurún Marinalá e o porto Santo Tomás de Castilla, que acabaram com o monopólio de eletricidade e transporte das empresas estadunidenses, rebaixando as tarifas.

A criação do Seguro Social, do Código do Trabalho, do Ministério do Desenvolvimento, da Comissão Nacional de Alfabetização e ações que propiciaram a educação rural, o direito ao voto feminino e a independência entre os três poderes do Estado são alguns dos aportes dos chamados "Dez anos de primavera da Guatemala".

O atual governo entreguista e pró-EUA da Guatemala, encabeçado pelo ex-general Otto Perez Molina – que atuou ao lado do genocida Ríos Montt durante os anos mais sangrentos da repressão – se absteve de participar das homenagens. Todas as atividades em memória de Arbenz estão sendo organizadas pela “Comissão do Centenário”, integrada por entidades acadêmicas e de direitos humanos.