Juros baixos já! Pelo emprego, pela produção e pela soberania nacional!
Em nota, CUT repudia manutenção da Selic em 15% pelo BC, mesmo com inflação controlada. "Sufoca a economia, encarece o crédito, trava investimentos e reduz investimentos em políticas públicas", diz o texto
Publicado: 30 Julho, 2025 - 18h41 | Última modificação: 30 Julho, 2025 - 18h53
Escrito por: CUT
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) repudia com veemência a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de manter a taxa Selic em absurdos 15% ao ano. Essa política de juros escandalosamente altos, além de elevar o Brasil para a segunda posição entre países com maior taxa de juros reais do mundo, não se justifica diante da inflação controlada e da necessidade urgente de retomar o crescimento econômico com geração de emprego e renda.
Chega de penalizar quem produz e quem trabalha! Enquanto países como os Estados Unidos e os da Zona do Euro operam com juros entre 4% e 5%, o Brasil segue refém de uma política monetária que só favorece banqueiros e rentistas. A manutenção da Selic nesse patamar sufoca a economia real, encarece o crédito, trava os investimentos produtivos e reduz investimentos em políticas públicas para o povo brasileiro.
É inaceitável que o Banco Central continue ignorando os sinais positivos da economia e as medidas positivas do governo do Presidente Lula, como ampliar o crédito consignado para trabalhadoras e trabalhadores CLT e motoristas por plataformas, visando estimular o consumo e mover a economia. A CUT denuncia a submissão do Copom aos interesses do sistema financeiro, em total descompasso com os esforços do Governo Federal para reconstruir o país. Cabe registrar que reduzir a taxa Selic ajudaria o Brasil a resistir e enfrentar os impactos da insana taxação dos produtos brasileiros exportados para os EUA, o que seria uma importante demonstração do compromisso do Banco Central com os esforços do Governo Federal em defender a soberania nacional.
Manter os juros nesse nível é condenar o Brasil ao atraso e dificultar o imenso esforço do Governo Lula pela retomada do crescimento do país e pela geração de emprego e renda.
A cada ponto percentual da Selic, bilhões de reais são drenados dos cofres públicos para remunerar a dívida, em vez de serem investidos em saúde, educação, infraestrutura e políticas sociais. Isso é transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos. Mesmo considerando as incertezas externas, uma análise cuidadosa dos custos para a economia e para as empresas brasileiras que pretendem manter e ampliar sua produção, justifica que o COPOM inicie uma política de redução da taxa Selic.
É hora de o Banco Central ouvir o povo e não apenas o mercado. Reduzir a taxa Selic é urgente para aliviar o bolso das famílias, destravar o crédito para pequenas empresas e fortalecer a produção nacional. Não aceitaremos que a reconstrução do Brasil seja sabotada por uma política monetária insensível e elitista. A luta por juros mais baixos é também uma luta por soberania nacional, justiça social e desenvolvimento com inclusão e distribuição de renda.
A CUT convoca todas as suas entidades filiadas, sindicatos, federações e confederações e o povo brasileiro a se somarem à luta contra os juros abusivos e pelo fim da autonomia do Banco Central. Seguiremos em campanha permanente de mobilização nas redes e nas ruas para pressionar o Banco Central e exigir uma política econômica que coloque o povo no centro das decisões econômicas.
Por juros baixos já! Pelo emprego, pela produção e pela soberania nacional!
Se é importante para o povo brasileiro, é uma luta da CUT.
São Paulo, 30 de julho de 2025.
Direção Executiva Nacional da CUT