PGR diz ter provas de que Malafaia atuou ilegalmente para coagir autoridades
Investigadores acusam Malafaia de atuar em ações de criação, produção e divulgação de ataques a ministros do STF. Para Moraes ações são condutas equiparadas às milícias digitais
Publicado: 25 Agosto, 2025 - 13h54 | Última modificação: 25 Agosto, 2025 - 14h01
Escrito por: Redação CUT

O líder religioso Silas Malafaia pode pegar até 10 anos de prisão por ter orientado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a promoverem ações de coação e obstrução de justiça contra autoridades brasileiras.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), diz ter provas robustas de que Malafaia atuou em ações de criação, produção e divulgação de ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes comparou a conduta do líder religioso às milícias digitais.
Silas Malafaia foi alvo da Polícia Federal (PF), de busca e apreensão no último dia 20, no aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro, por determinação de Moraes, que se baseou nas denúncias da PF e da manifestação favorável da PGR. Malafaia está sendo investigado por suposta participação em crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. As investigações são desdobramentos do Inquérito (INQ) 4995, que apura condutas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Malafaia teve o celular e o passaporte apreendidos e não pode se comunicar com os demais investigados nas ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado. A Polícia Federal foi autorizada a acessar seus dispositivos eletrônicos apreendidos e a quebrar sigilos bancário, fiscal e telefônico. Após a busca e apreensão, o líder religioso chamou Moraes de “criminoso” e “ditador”.
A ação da PF se baseou nas conversas obtidas no celular de Jair Bolsonaro, em que Malafaia xinga, fala diversões palavrões e comemora como vitória do ex-presidente a taxação de Donald Trump às exportações brasileiras. O presidente dos Estados Unidos usou como desculpa o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, que está sendo realizado pelo Supremo, para taxar em 50% os produtos brasileiros.
Segundo a polícia, as mensagens sugerem que existe uma articulação para vincular o fim das sanções à concessão de anistia a pessoas envolvidas na invasão de Brasília em 8 de janeiro de 2023. Em áudios e textos, o pastor orienta Bolsonaro a condicionar a suspensão das tarifas à anistia, sugerindo ainda a gravação de vídeos para “viralizar” a narrativa. Em um trecho, ele diz que “tem que pressionar o STF dizendo que se houver uma anistia ampla e total, a tarifa vai ser suspensa”.
Em uma das mensagens, Malafaia afirma que "a próxima retaliação vai ser contra ministros do STF e suas famílias.
Com informações do STF