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Para atacar o Iraque, governo Bush mentiu ao menos 935 vezes

Publicado: 25 Janeiro, 2008 - 12h23

Estudo recente comprovou que o presidente George W. Bush e graduados funcionários de seu governo fizeram, no mínimo, 935 declarações falsas sobre a “ameaça” que o Iraque representava à segurança dos Estados Unidos. Esse número, divulgado terça-feira (22), refere-se apenas aos dois anos seguintes aos ataques de 11 de setembro de 2001.

Conforme o levantamento realizado pelo Centro pela Integridade Pública e pelo Fundo pela Independência no Jornalismo — duas organizações sem fins lucrativos, as declarações eram "parte de uma campanha orquestrada que galvanizou a opinião pública e, no processo, levou o país à guerra sob pretextos incontestavelmente falsos".

Para a mentira oficial, foram utilizados discursos, relatórios à imprensa, entrevistas e outras formas de comunicação públicas. Somente por meio desses recursos, o governo Bush declarou em ao menos 532 ocasiões — e inequivocamente — que o Iraque tinha armas de destruição em massa, estava tentando produzi-las ou obtê-las, ou que mantinha laços com a rede Al Qaeda.

"Tornou-se inquestionável, hoje, que o Iraque não possuía armas de destruição em massa nem tinha vínculos com a Al Qaeda. O governo Bush conduziu o país à guerra com base em informações errôneas — que as autoridades propagaram metodicamente, em um processo que culminou com a ação militar contra o Iraque em 19 de março de 2003", revelam os pesquisadores.

Além de Bush, o estudo cita o vice-presidente Dick Cheney, a então assessora de segurança nacional Condoleezza Rice, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld, o secretário de Estado Colin Powell, o secretário-assistente da Defesa Paul Wolfowitz e os porta-vozes da Casa Branca Ari Fleischer e Scott McClellan. Com exceção de Condoleezza — que substituiu Powell —, todos já deixaram o governo.

O Terrorista nº 1 está no topo da lista, com 259 falsas declarações, seguido justamente por Colin Powell. Os números advêm de um banco de dados que compilou declarações públicas nos dois anos após o 11 de Setembro, bem como relatórios do governo, livros, reportagens, discursos e entrevistas.

O efeito cumulativo dessas declarações falsas, amplificadas por milhares de reportagens em mídia impressa e eletrônica, foi imenso”, aponta o estudo. “E a cobertura de mídia criou um ruído quase impenetrável por diversos meses”.