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O culpado pelo aumento no preço do arroz é Bolsonaro, que permitiu exportação

Governos do mundo todo suspenderam exportações para garantir segurança alimentar em seus países. Aqui, Bolsonaro fez o contrário e liberou as exportações   

Publicado: 10 Setembro, 2020 - 12h31 | Última modificação: 10 Setembro, 2020 - 15h23

Escrito por: Redação CUT

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Faltou planejamento do governo de Jair Bolsonaro (ex-PLS) para segurar os preços do arroz, que dispararam no Brasil, chegando a custar até R$ 40,00 em alguns supermercados. Na fase mais grave da pandemia do novo coronavírus, governos do mundo inteiro suspenderam as exportações para garantir a segurança alimentar em seus países. Bolsonaro fez o contrário, liberou as exportações.

A análise é dos jornalistas Cynara Menezes, em entrevista ao programa Bom Dia 247 desta quinta-feira (10), e Luis Nassif, em matéria publicada no GGN.

Para Cynara, o governo Bolsonaro fez barbeiragem e é culpado diretamente pela disparada dos preços porque não fez o que outros governos do mundo fizeram para garantir o alimento em seus países. “Em abril, os grandes produtores de arroz mundiais suspenderam as exportações justamente para garantir a segurança interna do país”, explicou.

“Países como Vietnã e Rússia limitaram suas exportações para garantir o consumo interno. Já o Brasil, em junho, teve um aumento de 10.000% nas exportações do produto”, acrescentou. 

O editor do GGN, jornalista Luis Nassif, na matéria “A crise do arroz e a cegueira generalizada do ultraliberalismo”, publicada no blog, corroborou a avaliação de Cynara.

“Com a pandemia, países que pensam em seus cidadãos seguraram as exportações, para garantir o abastecimento interno. Com isso, houve redução na oferta mundial, elevando os preços do arroz”, afirmou Nassif.

“Ao mesmo tempo, houve uma grande desvalorização do real, tornando os preços do arroz, em reais, muito mais  atraentes, quando exportados”, acrescentou.

O jornalista acrescentou que, nesses momentos, o instrumento óbvio do governo são os estoques reguladores, mantidos pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Acontece que do impeachment para cá, o ultraliberalismo dos governos Temer e Bolsonaro levaram à redução drástica dos estoques.

Além dos estoques reguladores, o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, ressalta em entrevista ao Portal CUT que o outro caminho para resolver a demanda e derrubar os preços é o fortalecimento da Agricultura Familiar no Brasil, responsável por cerca de 70% do que vai à mesa dos brasileiros. O que o agronegócio não produz é a agricultura familiar quem dá conta, afirmou.