Nota da CUT-MG em repúdio ao despejo...
Prefeitura de Belo Horizonte e o governo Anastasia transformaram a Ocupação no Pinheirinho de Minas
Publicado: 16 Maio, 2012 - 14h51
Escrito por: CUT-MG
A Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG) repudia o despejo arbitrário, violento e covarde das 350 famílias da Ocupação Eliana Silva, na Região do Barreiro. O aparato da Polícia Militar, que incluía um blindado - o “Caveirão”, símbolo do combate ao tráfico e ao crime organizado no Rio de Janeiro -, é uma prova da truculência com que a Prefeitura de Belo Horizonte e o governo neoliberal de Minas Gerais tratam aqueles que tentam exercer o direito universal e constitucional à moradia.
Os 1.500 sem-teto e sem-terra ocupavam, desde o dia 21 de abril, um terreno devoluto do Estado de Minas Gerais, abandonado há mais de 40 anos. Eles resistiram bravamente desde o primeiro dia. A reintegração foi concedida pela 6ª Vara de Fazenda Pública Municipal, mesmo sem a prefeitura comprovar ser a legítima proprietária e ter posse do terreno.
A Prefeitura de Belo Horizonte e o governo do Estado, amparados por uma Justiça subserviente, pisotearam os pobres que têm a ousadia de não ser só força de trabalho para as classes média e dominante, mas, de cabeça erguida, lutam, de forma organizada, para viver com dignidade. Sem oferecer alternativa, jogaram nas ruas 1.500 cidadãos.
A CUT-MG se solidariza com os sem-teto e sem-casa que foram escorraçados, tiveram seus barracos e pertences destruídos como nos tempos nefastos da ditadura militar. A CUT-MG condena a agressão aos moradores que, ao tentar resistir, foram covardemente espancados por centenas de policiais armados até os dentes, com gás lacrimogêneo, cães, cavalaria com arma em punho. Muita truculência e prepotência contra mulheres e crianças, em sua maioria. A Prefeitura de Belo Horizonte e o governo Anastasia transformaram a Ocupação Eliana Silva no “Pinheirinho de Minas”, uma vergonha nacional.