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No primeiro trimestre, mais 58 empresas são...

Informação é da Pesquisa de Fusões e Aquisições

Publicado: 08 Maio, 2013 - 17h00

Escrito por: Hora do Povo

Nos três primeiros meses do ano, 58 empresas brasileiras foram desnacionalizadas, segundo a última “Pesquisa de Fusões e Aquisições” da consultoria KPMG. Exceto o mesmo período de 2012, desde 2004, pelo menos, foi o maior número de operações “cross border 1” (cb1), “empresa de capital majoritário estrangeiro adquirindo, de brasileiros, capital de empresa estabelecida no Brasil”.

Comparativamente, de acordo com relatórios da KPMG, o número de empresas desnacionalizadas no primeiro trimestre são os seguintes:

2004 - 5 empresas; 2005 - 18 empresas; 2006 - 18 empresas; 2007 - 31 empresas; 2008 - 22 empresas; 2009 - 22 empresas; 2010 - 21 empresas; 2011 - 34 empresas; 2012 - 74 empresas; 2013 - 58 empresas.

Os dados registram apenas as empresas antes nacionais que passaram a ter capital majoritariamente estrangeiro (operações cb1), excluindo-se todas as “fusões e aquisições” com participação de capital estrangeiro, como, por exemplo, as filiais de multinacionais adquiridas por outra multinacional (operações denominadas cb4 - “cross border 4”). Inclusive, várias dessas filiais já foram empresas nacionais.

Esse processo de desnacionalização – consequentemente da desindustrialização – é uma das principais causas do baixo crescimento da economia brasileira. As filiais das multinacionais seguem a lógica de suas matrizes, de mínimo de investimento e máximo de remessa de lucros. Além disso, são importadoras de componentes, fazendo internamente apenas a montagem. Isso quando não importam o produto já finalizado.

A sucessiva diminuição do saldo comercial, resultante de um aumento do importacionismo em um ritmo mais acelerado do que as exportações, com o crescimento das remessas para o exterior, provocam rombo das contas externas, chamada de transações correntes (balança comercial, serviços e rendas e transferências unilaterais). Contudo, o Ministério da Fazenda aposta suas fichas para fechar as contas externas no ingresso de investimentos diretos estrangeiros (IDE), capital destinado a aquisição das empresas nacionais. Ou seja, mais desnacionalização. Para o ministro Mantega, é com base no capital estrangeiro que o Brasil vai se desenvolver e, por isso, diminuiu o investimento público.

A realidade já demonstrou que é uma política suicida. Basta ver, que mesmo que os juros tenham sido diminuídos significativamente, a economia continuou patinando - expresso nos fiascos do PIB em 2011 e 2012.