No Pará, a insegurança reina no desgoverno Jatene
Desinformação e o medo tomaram conta da capital paraense neste 05 de novembro
Publicado: 06 Novembro, 2014 - 16h26
Escrito por: CUT-PA - Laís Côrtes
O Governo do Estado do Pará confirmou em coletiva que 10 mortes foram registradas na madrugada deste dia 05 de novembro. Mas será mesmo que foram apenas 10 pessoas assassinadas? A população belenense está em pânico, escolas orientaram aos alunos que voltassem para suas casas.
A realidade é que não existem informações concretas sobre o quantitativo de pessoas assassinadas nesta madrugada sangrenta, que segundo informações foi originada pela a execução do cabo Antônio Figueiredo, na noite de terça-feira (04). Segundo a imprensa local, o mesmo estaria sendo investigado pela corregedoria da polícia militar sob suspeita de fazer parte de uma milícia.
No meio disso tudo existem algumas certezas esquecidas: famílias que foram destruídas, o perfil dos jovens assassinados (negros, pobres, favelados), o despreparo da polícia militar, o descaso dos governos tanto municipal quanto estadual com a segurança pública em Belém.
Durante a coletiva desta quarta feira (06) , o secretário de segurança do estado, Luís Fernandes, afirmou que a população não precisa temer por novos atos de violência. "As pessoas podem sair de casa sem medo e ir a locais públicos. Estamos trabalhando para continuar garantindo a segurança", destacou.
A dita sensação de insegurança virou insegurança palpável.
A violência no Pará está cada vez mais alarmante e está cada vez mais próxima, e todos nós somos uma vítima em potencial. Apenas nesse semestre a CUT-Pará já publicou algumas notas sobre casos de violência no estado, tanto de assassinatos de trabalhadores rurais, quanto a violência descontrolada que existe na capital paraense, como por exemplo os assaltos ocorridos frequentemente nas agências bancárias, inclusive vale ressaltar que o sindicato dos bancários e seus diretores e funcionários foram vítimas de assaltantes neste semestre.
Recentemente, o casal de policiais Cabo Hélio e Feliciana Mota que faziam parte da direção do sindicato da categoria foram alvejados e mortos durante a fuga de assaltantes no comércio da capital paraense.
Em meio a tanta falta de informação concreta, a população se mostrou pavorosa em meio as redes sociais, tanto que “boatos” afirmam que o número de mortos é bem maior do que o divulgado pela nota oficial do governo do estado.
A verdade é que a violência em nosso estado está cada vez pior e não é por acaso que o Pará está em segundo lugar no ranking da violência no Brasil. A população paraense está à mercê da violência, já que a insegurança é uma constante no desgoverno em que vivemos.
A Central Única dos Trabalhadores no Estado do Pará preocupada com o índice de violência em conjunto com os seus sindicatos filiados construiu uma plataforma política, a qual apresentou propostas de políticas públicas para diversões setores de atuação do governo do estado , na qual a segurança pública foi o setor que apresentou o maior volume de propostas . Esta plataforma foi entregue aos representantes do Governo, ressaltamos que o atual prefeito de Belém fazia parte do corpo gestor do governo do estado, entretanto, tal plataforma foi ignorada pelos representantes do Governador Simão Jatene. Outra lembrança importante é que durante a campanha de 2012 para prefeitura, a CUT-Pará também construiu uma plataforma política com pautas de cunho municipal, em que a segurança pública era uma preocupação , a central entregou a pauta dos trabalhadores num evento realizado no sindicato dos urbanitários aos candidatos que pleiteavam a vaga de prefeito e o único candidato a se negar a receber a mesma foi o atual prefeito de Belém Zenaldo Coutinho, o que demonstrou e continua demonstrando a falta de compromisso dos governos do PSDB com a população paraense.
Nota da Comissão de Direitos Humanos e Minorias
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias aprovou, por unanimidade, em reunião plenária nesta data, diligências em Belém do Pará com a finalidade de verificar as ações destinadas à apuração do assassinato do cabo da Polícia Militar Antônio Marcos da Silva Figueiredo, e da chacina que se seguiu, entre 4 e 5 de novembro de 2014, quando pelo menos nove pessoas foram mortas, supostamente por milicianos, em retaliação ao assassinato do referido policial.
As diligências são antecedidas por solicitação de informações e providências às autoridades públicas do Estado do Pará, a respeito das investigações sobre as mortes. Pelo noticiário a respeito, as execuções foram anunciadas em redes sociais e em seguida realizadas.
Tais homicídios, com características de execução por grupo de extermínio, formado por agentes públicos, reveste-se da maior gravidade, inclusive expondo a risco outros servidores públicos não envolvidos em execuções sumárias. Por isso o episódio que chocou a população da capital paraense é objeto da atenção deste colegiado parlamentar e de outras entidades no acompanhamento da apuração, para que essas violações dos direitos humanos não resultem em impunidade.
Queremos Paz
A CUT-Pará repudia esta prática criminosa, repudia a chacina e a barbárie, repudia a falta de compromisso que o Governo Jatene tem com a população. Não precisamos de chacinas, extermínio, precisamos de policiais preparados, aparelhados e qualificados, precisamos de políticas públicas de segurança que de fato assegurem o bem estar dos paraenses, precisamos de governantes comprometidos.
A Central Única dos Trabalhadores no Estado do Pará se solidariza com a perda e a dor destas famílias. A CUT-PA, Belém e o Pará como todo exigem segurança e paz.