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Na Parada Gay, integrantes ressaltam...

Publicado: 27 Junho, 2011 - 15h25

Escrito por: Agência Brasil

Com o lema "Amai-vos Uns aos Outros: Basta de Homofobia", a 15ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) começou ao meio-dia de ontem (26) na Avenida Paulista, em São Paulo, prometendo discutir, entre o agito dos trios elétricos, o posicionamento de grupos religiosos que são contrários à aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 122, que criminaliza a homofobia.

 

“Não é um carnaval fora de época, é uma festa da cidadania”, disse Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT).

 

Segundo ele, a expectativa é que o projeto de lei seja aprovado, apesar do grande protesto feito pelos grupos religiosos no Congresso Nacional. “Estamos vendo que tem um pequeno setor, fundamentalista, que vamos ter que ir para o voto. Mas a grande maioria é favorável”, disse. Reis lembrou que existem atualmente 75 países que criminalizam a homossexualidade e sete em que são aplicadas pena de morte para homossexuais.

 

Toni Reis foi um dos primeiros homossexuais que legalizaram sua relação homoafetiva após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. “Peço um parabéns ao Supremo Tribunal Federal e que todas as energias positivas do STF cheguem ao Congresso Nacional, porque queremos que aprovem a criminalização da homofobia. Não podemos admitir que existam pessoas que incitem a violência, que discriminem ou espanquem [homossexuais]”, afirmou.

 

Ideraldo Beltrame, presidente da Associação da Parada GLBT (APOGLBT), destacou o evento como uma maneira de alertar a sociedade sobre as dificuldades enfrentadas pelo público gay. “Ao completar 15 anos de parada, que esse début, esse grito de passagem e essa transformação sejam para a gente pensar que a maior demanda do movimento, além da criminalização da homofobia, é garantir os direitos das nossos companheiros travestis e transexuais, que são a parte mais frágil do movimento”, disse

 

Para comemorar os 15 anos do evento,os organizadores vão propor que o público dance uma grande valsa para entrepara o Guinness Book (Livro dos Recordes) como o maior espetáculo de valsa ao ar livre.

 

Com um vestido rosa, cheio de brilho, e se definindo como uma debutante drag queen, a cantora Preta Gil, diva da parada deste ano, falou que também está na luta pela defesa da lei. “Queremos comemorar o que conseguimos até hoje e continuar a batalha pela aprovação da lei, pela criminalização da homofobia. Esta é a minha luta”.

 

Marta Suplicy diz que nome e número de projeto que criminaliza a homofobia podem mudar

A senadora Marta Suplicy disse ontem (26), antes do início da Parada do Orgulho Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) em São Paulo, que algumas mudanças devem ser feitas no Projeto de Lei (PL) 122, que criminaliza a homofobia. Segundo ela, a ideia é repensar o nome do projeto para fazer com que seu conteúdo seja aprovado.

 

“Estou tentando fazer um acerto para que não tenhamos tantos opositores [ao projeto], mesmo que isso acarrete em algumas mudanças que não são boas. Estamos pensando em como fazer passar o conteúdo do [PL] 122, sem o [número] 122”, disse.

 

Segundo a senadora, a mudança do nome ajudaria a tirar a “imagem demonizada” que foi associada ao projeto. “O nome ficou muito complicado de se aprovar, o que, no conteúdo, não é mais complicado. Temos um conteúdo mais ou menos acordado. O que está difícil de acordar é o que fazemos com esse número, porque demonizaram tanto que eles não sabem o que fazer agora para dizer que o demônio não é mais demônio”, declarou Marta Suplicy, referindo-se aos opositores do projeto. No conteúdo, a senadora explicou que a principal mudança prevista será no texto do Artigo 20 do PL. “Antes era bem complexo. Conseguimos um meio termo”, disse.

 

A senadora também comentou a demora na tramitação da matéria no Congresso nacional. “Se formos pensar, foram 16 anos para se ter no país uma possibilidade real de cidadania para a comunidade LGBT [referindo-se à aprovação no Supremo Tribunal Federal do casamento entre pessoas do mesmo sexo]. E não foi o Congresso Nacional que aprovou. O Congresso Nacional, nesses 16 anos, se apequenou, se acovardou e não fez nada em relação à comunidade LGBT”, declarou a senadora.

 

Para que o projeto seja aprovado, ela acredita que a luta não deve se concentrar na tentativa de convencer a bancada religiosa a mudar suas convicções, mas em atrair uma parte do Congresso Nacional que ainda não se manifestou sobre o PL 122. “É essa parcela do Congresso Nacional que tem que ser conquistada”.