Multinacional AES-Eletropaulo deixa centro de...
Publicado: 14 Maio, 2010 - 10h40
Escrito por: Hora do Povo
Multinacionaldiz que emenda em cabo se rompeu
Umapagão atingiu cerca de cinco bairros do centro de São Paulo por quase oito horasna terça-feira (11), em pleno horário de expediente, causando grandes prejuízosas empresas da região. A falta de energia em trechos da Bela Vista, CamposElíseos, Higienópolis, Santa Cecília e República foi explicada pelamultinacional norte-americana AES-Eletropaulo como sendo fruto do rompimento deuma emenda em um cabo subterrâneo no Largo do Arouche.
Afalta de energia em São Paulo virou corriqueira. Depois que Fernando Henriqueprivatizou a estatal de energia paulista, a escuridão atinge até mesmo oPalácio dos Bandeirantes, como relatado até pela Folha de S.Paulo (ver matériaabaixo). Nas regiões centrais a explicação é sempre um cabo se rompeu ou umasubestação que sobrecarregou. Nos bairros periféricos o problema é atribuídonormalmente a furto de cabos. No início de abril, o Sindicato dosEletricitários denunciou que a multinacional demitiu técnicos altamentequalificados.
Aquestão tomou tamanha magnitude que a Aneel teve que rever o procedimento peloqual as empresas de energia são obrigadas a devolver ao consumidor pagamentosfeitos por serviços não cumpridos.
Comregras mais rígidas de aferição da qualidade do serviço em vigor desde 1º dejaneiro, os abatimentos pelo não fornecimento de energia já deveriam ter sidofeitos a partir das contas de abril.
AEletropaulo é uma das empresas que questionou as novas regras. Pedido negadopela Aneel na terça-feira (11).
Aomesmo tempo, no final do mês passado, a empresa anunciou o pagamento dedividendos relativos ao exercício de 2009 (a ser realizado em duas parcelas”,no valor total de R$ 686,316 milhões, ou R$ 3,868364277 por ação ordinária e R$4,255200705 por ação preferencial.
Trânsito
Destavez, o apagão foi durante o dia. O trânsito na região central da cidade,normalmente intenso nos dias da semana, ficou congestionado com os semáforosque deixaram de funcionar, causando dor de cabeça e estresse aos motoristas eagentes da CET que precisaram controlar o tráfego. A sinalização do trânsitoficou sem funcionar em alguns lugares por até cinco horas.
Trechosde intenso movimento como a rua Dona Veridiana, rua Rego Freitas, avenidaIpiranga, rua Jaguaribe, rua Rocha, rua Martins Fontes, avenida Duque deCaxias, avenida São Luís e rua da Consolação ficaram sem energia.
ASanta Casa teve seu atendimento prejudicado. Só foram observados os casosemergenciais. De acordo com assessoria do hospital, as cirurgias e UTIs nãotiveram qualquer alteração.
Lojase restaurantes foram obrigados a fechar as portas. Alguns comerciantesconseguiram manter as portas abertas à luz de velas. Muitas empresas tiveramque dispensar os funcionários mais cedo. “Nós, do nosso ramo, dependemostotalmente do sistema, da eletricidade. Sem isso, a gente não faz nada”, disseo consultor de viagens Daniel Graser.
Nosprédios comerciais e residenciais, os elevadores ficaram sem funcionar causandotumulto em alguns lugares. Apenas os prédios com geradores próprios tinham luz.
Areportagem do G1 relatou que o servente Ederaldo Dantas dos Santos, 34 anos,que trabalha em um bar no centro atingido pela falta de luz não pode acompanharo momento da convocação da Seleção brasileira para a Copa do Mundo. “Eu nãoacompanhei a convocação”. “Grafite? Ele é bom. E o Neymar?”, indagava Dantas.
Jáo dono do bar tinha outras reclamações pela falta de energia elétrica.“Atrapalha muito. A geladeira está desligada, a máquina do suco, o cartão nãopassa. É complicado”, falou José Josafá Moura, de 40 anos, contabilizando osprejuízos.
Oapagão começou às 10h20m. Em sua página na internet, a AES-Eletropaulo informagarbosamente que está implementando mais uma melhoria nos processos deexpansão, manutenção e modernização da rede elétrica. “A partir de 15 de março,a concessionária utilizará um novo equipamento em seus trabalhos preventivos demanutenção”, diz o texto. Mas às 17h58 ainda tinha ruas sem luz no centro deSão Paulo.
2vezes em 10 dias
Aregião da avenida Paulista teve queda de energia duas vezes, em menos de dezdias, em fevereiro e em uma delas a luz só voltou após seis horas. Asconcessionárias da Grande São Paulo, AES-Eletropaulo e Bandeirante, forammultadas em março em R$ 3,2 milhões pela demora no restabelecimento econstantes quedas de energia.