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Conferência que acontece em julho quer propor mais justiça social e cooperação nas relações internacionais
Publicado: 18 Junho, 2013 - 10h58
Escrito por: CUT Nacional
Por iniciativa do recém-criado Grupo de Reflexão em Relações Internacionais – conjunto de acadêmicos e de representantes de partidos políticos de esquerda e de movimentos sociais –, acontece na terceira semana de julho a Conferência Nacional “2003-2013: Uma Nova Política Externa”.
A conferência, que será sediada no campus da Universidade Federal do ABC (UFABC) entre 15 e 18 de julho, pretende fazer um balanço das relações internacionais brasileiras nos últimos dez anos e propor mudanças que aumentem o grau de democratização e transparência na política externa do País.
A CUT participa desse GT e é apoiadora dessa Conferência. Assim, teremos número de vagas que foram distribuídas, conforme deliberação da Executiva Nacional, pelos dirigentes/as e assessorias que lidam com essa temática, em número de 40. Essas inscrições terão seus custos arcados pela CUT. Confirmações devem ser efetuadas para cut@cut.org.br e darlene@cut.org.br até o dia 20 de junho para que possamos providenciar a inscrição.
Artur, Rubens, Iole, Giorgio, Maria Regina e GracielaEm coletiva de imprensa realizada na semana passada, na sede da Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), em São Paulo, integrantes do Grupo de Reflexão em Relações Internacionais (GR-RI) tiveram o cuidado de destacar que a política externa praticada desde o primeiro ano de mandato presidencial de Lula registrou avanços. Mas todos os que falaram com os jornalistas insistiram que a participação dos atores sociais na formulação e acompanhamento dessa mesma política precisa ser ampliada e institucionalizada.
“Lembrando que a própria realização dessa conferência já é um passo, uma contribuição, nesse sentido”, afirmou o reitor da UFABC, Giorgio Romano. Os mais de 70 integrantes do GR-RI, que propôs a conferência, já realizaram sete rodadas de debate para formular propostas. “Já a conferência”, explicou o secretário-adjunto de Relações Internacionais da CUT e presidente do Instituto de Cooperação da Central, “quer promover o envolvimento da sociedade nessa tarefa e que as propostas com esse objetivo surjam de forma clara, consolidada, para a construção dos instrumentos e ferramentas de democratização da política externa brasileira”.
A conferência será transmitida ao vivo, com imagens geradas pela TVT e distribuídas em diferentes canais web. Embora o GR-RI tenha participação de ex-integrantes do governo Lula, como Luis Dulci e Paulo Vannuchi, durante a conferência será a primeira vez que o governo federal vai participar, representado pelos ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e Celso Amorim, da Defesa. Uma palestra do ex-presidente encerrará o encontro.
Maria Regina Soares de Lima, professora de Estudos Sociais e Políticos da UERJ – IESP/UERJ e coordenadora do Observatório Político Sul- Americano, da mesma universidade, disse que em toda a sua carreira de pesquisadora jamais presenciou a realização de uma conferência como essa. “Seja pelo momento que vivemos nessa área, em que o Brasil ampliou seu raio de ação e redescobriu a América Latina como prioridade em sua política externa, seja pelo número de atores sociais que estarão envolvidos”.
“Antes, a política externa brasileira era uma caixa preta, desconhecida da sociedade, voltada para um tal de interesse nacional que nunca foi debatido publicamente. E voltado quase unicamente para as questões econômicas e comerciais”, lembrou Graciela Rodrigues, da Rebrip (Rede Brasileira pela Integração dos Povos).
Grupo de Reflexão em Relações Internacionais reunido na CSARepresentante da fundação Maurício Grabois, ligada ao PCdoB, Rubens Diniz propôs um exercício de futuro: “Como será essa política externa em 2022, quando o Brasil completar 200 anos de independência? Terá contribuído para a justiça, a igualdade, a paz e a soberania? Este grupo quer disputar os rumos dessa política”.
Iole Ilíada, vice-presidenta da Fundação Perseu Abramo, do PT, disse que a conferência é a primeira a reconhecer que os movimentos sociais e as entidades da sociedade civil, “por suas características e formas de luta, também agem nas relações internacionais”. E destacou a presença do Foro de São Paulo nos quatro dias de debate. “O Foro tem reunido ao longo dos anos as forças de esquerda e progressistas de nosso continente e muito contribuiu para as mudanças que experimentamos hoje”.
Para saber mais detalhes sobre a conferência, acesse www.conferenciapoliticaexterna.org.br.