Motoristas retornam integralmente no ABC
Próxima batalha agora é para melhorar proposta no TRT, hoje à tarde; trabalhadores também lutam pela manutenção dos cobradores
Publicado: 03 Junho, 2011 - 12h38
Escrito por: Luiz Carvalho

Em assembleia na manhã desta sexta-feira (3), na sede do Sindicato dos Rodoviários do ABC (Sintetra) – CUT, em Santo André, cerca de mil trabalhadores das linhas municipais e da EMTU das seis cidades do ABC paulista (Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) decidiram pelo retorno imediato ao trabalho após o início da mobilização na quarta (2) .
Conforme antecipou o Portal da CUT na noite de ontem (2), a categoria já havia decidido encerrar temporariamente a paralisação depois de um acordo em audiência que contou com os trabalhadores e os empresários. Na ocasião, a juíza Sônia Franzini, do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP), definiu uma proposta que chegou bem perto daquela que motivou a paralisação. Os empregadores ofereceram 7,8% de aumento no salário e no tíquete refeição. Os rodoviários pedem 8% de aumento no salário, 10% no tíquete, R$ 450 de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para os motoristas dos coletivos com cobradores e R$ 1500 de bonificação para quem dirige e cobra.
A definição sobre o impasse acontece hoje, às 13h, no TRT-SP, em julgamento sobre a greve pelo desembargador Celso Furtado de Oliveira. “Queremos avançar nessa negociação. O número de passageiros aumentou muito no ABC, o lucro das empresas também, mas os trabalhadores não foram valorizados”, comenta Leandro Silva, secretário-geral do Sintetra.
Pela manutenção dos empregos –Também na audiência, a entidade irá discutir medidas para garantir o emprego dos cobradores. Da mesma forma que o prefeito paulistano, Gilberto Kassab, que fechou um acordo com o sindicato dos condutores de São Paulo, filiado à Nova Central, para extinguir a função do cobrador, os administradores da região têm procurado alternativas para acabar com essa figura dentro dos coletivos. “Cada vez mais aumentam os microônibus como alternativa para que o motorista exerça dupla função. Nossa mobilização também é para frear essa medida”, ressalta Silva.