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Metabase de Itabira retorna à base CUTista...

Categoria aprova por unanimidade em assembleias filiação à Central

Publicado: 25 Abril, 2013 - 16h07

Escrito por: Rogério Hilário/CUT-MG

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Paulo Soares (presidente do Metabase de Itabira) e Carlão (vice-presidente)Paulo Soares (presidente do Metabase de Itabira) e Carlão (vice-presidente)O Sindicato dos Trabalhadores do Setor Extrativo de Itabira e Região (Metabase) retorna à base CUTista depois de oito anos de filiação à CSP Conlutas. A filiação à Central Única dos Trabalhadores foi aprovada por unanimidade em assembleias realizadas com os associados neste mês de abril. O Metabase tem 68 anos e representa 30 mil trabalhadores e trabalhadoras. Suas bases estão na Vale e na Anglo Conceição do Mato Dentro e se estendem por 30 cidades da região.

Segundo o presidente do Metabase, Paulo Soares de Souza, houve um entendimento entre os dirigentes e a base sobre o retorno do Sindicato à CUT. “Retornamos à CUT porque nos identificamos com os princípios da Central. Nós conhecemos a história, as raízes da CUT. Somos um Sindicato historicamente CUTista. Com o retorno, esperamos contribuir para uma revitalização de todo o processo político, para lutar pelas reformas política, tributária e sindical. Queremos ajudar a CUT a cumprir seu papel de organizar a classe trabalhadoras”, dise Paulo Soares.

O dirigente revela que o Metabase também quer atuar na CUT em nível regional, estadual e nacional. “Vamos participar da CUT Regional Vale do Aço e da CUT Estadual. Também apoiamos as lutas de outras categorias na região. Estivemos no movimento dos servidores públicos municipais. Já discutimos com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais a filiação à CUT. Vamos fazer um seminário regional para nos incorporar as lutas”, afirma Paulo Soares.

“Temos planos de formação sindical, queremos trazer os cursos. Boa parte da diretoria é nova. A ideia é qualificar, politizar esses dirigentes sindicais. Vamos voltar para a origem. Estivemos três vezes em Belo Horizonte e já conversamos com presidenta da CUT-MG, Beatriz Cerqueira, sobre o assunto”, acrescenta Paulo Soares.

O presidente do Metabase considera o retorno à CUT fundamental no momento pelo qual o Brasil passa. “Com o retorno, esperamos uma revitalização de todo o processo, com a reforma política, a reforma tributária, a reforma sindical, que a CUT protagonize as lutas da classe trabalhadora, independentemente de que esteja nos governos, faça o papel que sempre fez de organizar os trabalhadores.” 

Ele revelou que Jacy Afonso, secretário de Organização e Política Sindical da CUT Nacional, foi fundamental para o retorno do Sindicato à base da Central no Estado. “Jacy ajudou muito a gente em Brasília. Trabalhou com a gente neste período, sempre esteve articulando com a gente, de uma forma muito tranquila, uma relação muito boa.”

De acordo com Paulo Soares, uma das demandas do Metasita é garantir um programa de participação nos resultados mais justo para os trabalhadores e trabalhadoras da Vale. “Discutimos com a empresa um novo modelo de PPR para 2013. Os trabalhadores receberam em fevereiro 6,1 salários de PPR referente a 2012. A questão é que a diferença entre os salários é enorme. Queremos reduzir esta diferença para que a distribuição seja mais justa. Temos um piso de PPR de R$ 5 mil, queremos elevá-lo para R$ 9 mil, justamente para diminuir essa distância”, analisa.

“Outros enfrentamentos são as nove regras de ouro de segurança do trabalho impostas pela empresa aos trabalhadores. Quem não cumprir uma das regras é demitido. Ainda tem a questão do assédio moral, que é muito forte”, acrescenta Paulo Soares.  As pendências judiciais com a Vale são outra demanda do Metabase de Itabira. “Esses processos superam os R$ 50 milhões."

A diretoria do Metabase também está empenhada em lutar pela manutenção das conquistas históricas da categoria. “Somos a única categoria em que a maior carga horária é de 40 horas semanais. Temos na base 2.500 que trabalham seis horas diárias. Quatro horas abaixo do limite da CLT. Historicamente, os nossos trabalhadores não conhecem as 44 horas. O salário médio da Vale é de R$ 1.900. Disciplinamos a política de primarização e acabamos com a terceirização na Vale. Lutamos e conseguimos trazer 4.100 trabalhadores da Vale para o Sindicato.”