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Mentiroso contumaz, Bolsonaro fez falsas declarações 4,5 vezes ao dia na presidência

Durante 4 anos, fake news e falácias foram os métodos usados pelo ex-presidente para governar o país. Por isso, no dia 7 de setembro é hora de ir às ruas para dar um basta e dizer: “sem anistia para golpista”

Publicado: 05 Setembro, 2025 - 10h48 | Última modificação: 05 Setembro, 2025 - 11h23

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha

Marcelo Camargo / Agência Brasil / com intervenção da IA
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Ao longo de quatro anos no Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro (PL) construiu sua base política a partir de informações falsas ou distorcidas. Levantamento da plataforma Aos Fatos, publicado no dia 29/02/2022, contabilizou6.676 declarações enganosas, o que equivale a 4,58 por dia. O resultado expõe uma contradição: apesar de repetir a passagem bíblica “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, o ex-presidente usou a desinformação como estratégia permanente.

Esse é um método aplicado pela extrema direita em todo o mundo, a fim de fazer com que a população caia em suas mentiras. Mas depois de longos quatro anos, os brasileiros e brasileiras acordaram e irão às ruas neste 7 de setembro (domingo) defender a soberania nacional e dizer: “sem anistia para golpista”.

Leia mais: Participe dos atos em defesa da soberania do país no 7 de setembro. Veja os locais

Jamais poderemos esquecer que suas mentiras provocaram a morte de 700 mil pessoas durante a pandemia explorada eleitoralmente por Bolsonaro. A Covid-19 foi o ápice de todas as mentiras ditas pelo ex-presidente. Esses são alguns exemplos:

Pandemia no centro do negacionismo

O tema mais explorado foi a Covid-19. Bolsonaro distorceu ou mentiu em 2.511 ocasiões, o que representa 37,6% do total. Desde março de 2020, buscou minimizar a gravidade da doença, chamou-a de “gripezinha”, defendeu medicamentos sem eficácia e desacreditou o isolamento social. Também colocou em dúvida a vacinação e inflou números sobre sua distribuição.

As narrativas se adaptaram ao avanço da pandemia. Primeiro, a defesa da cloroquina e da imunidade de rebanho. Depois, a tentativa de relativizar a importância da vacinação e questionar restrições sanitárias.Outras duas alegações recorrentes sobre a pandemia: Bolsonaro disse 139 vezes que o STF o impediu de adotar medidas contra o vírus e 115 vezes que o governo se preocupou igualmente com saúde e economia, o que não se confirma nos fatos.

Mentiras repetidas à exaustão

A repetição foi essencial para manter a desinformação. Das declarações checadas, 70,2% (4.690 frases) foram ditas mais de uma vez.

A afirmação mais frequente — 249 vezes — foi a de que não houve escândalos de corrupção em seu governo, apesar de investigações contra ministros e ex-ministros.

Economia distorcida

A economia foi o segundo tema mais manipulado. Foram 1.212 declarações falsas, quase metade delas durante o ano eleitoral de 2022.

A geração de empregos foi alvo frequente: Bolsonaro chegou a afirmar que o país não perdeu vagas formais em 2020, o que é falso. Também inflou resultados de sua gestão e subestimou números de governos petistas.

Outra mentira repetida, 76 vezes em 2022, dizia respeito ao endividamento da Petrobras durante os governos do PT. No mesmo ano, atribuiu a si a criação do Pix, ignorando que o sistema foi desenvolvido pelo Banco Central ainda no governo Michel Temer.

Crise ambiental minimizada

No meio ambiente, foram registradas 354 distorções. O aumento das queimadas e do desmatamento na Amazônia levou Bolsonaro a adotar três linhas de defesa: negar a gravidade, transferir responsabilidades e atacar governos estrangeiros.

Ele afirmou diversas vezes que a floresta não poderia pegar fogo por ser úmida, questionou dados do Inpe e chegou a dizer que satélites confundiam fogueiras de São João com incêndios. Para proteger latifundiários, apontou indígenas e pequenos produtores como culpados pela devastação. Também acusou países europeus de criticar o Brasil por interesses econômicos, sem apresentar provas.

Ataques ao sistema eleitoral

A pauta das urnas eletrônicas rendeu 349 falas falsas. O discurso ganhou força a partir de 2021, após o STF devolver a elegibilidade a Lula. Bolsonaro passou a afirmar que o sistema não era auditável e defendeu o voto impresso, rejeitado pela Câmara.

Os ataques culminaram no 7 de setembro de 2021, quando o presidente fez discursos de tom golpista. Durante a campanha de 2022, voltou a alegar fraude nas eleições de 2014 e em 2018, sem apresentar evidências.

Palanque nas entrevistas

Embora tenha atacado a imprensa durante o mandato, Bolsonaro usou entrevistas como principal canal de desinformação. Foram 2.119 falas falsas nesses espaços, em especial em programas alinhados ao governo, como Pingos nos Is (Jovem Pan) e Alerta Nacional (RedeTV!).

Lives e discursos oficiais

Outro veículo importante foram as transmissões semanais nas redes sociais, responsáveis por 1.603 declarações falsas. Em terceiro lugar aparecem discursos oficiais, com 1.466 falas enganosas, em inaugurações de obras e eventos públicos.