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Marcha das Mulheres Negras vai denunciar racismo e violência de gênero, em Brasília

CUT participa da mobilização que reunirá mulheres de todo o país para denunciar o racismo e exigir justiça social

Publicado: 13 Novembro, 2025 - 11h02 | Última modificação: 13 Novembro, 2025 - 12h30

Escrito por: Walber Pinto

CUT/Ahead
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Neste mês de novembro, quando se celebra o Mês da Consciência Negra, mulheres negras de todo o país marcharão em Brasília, no próximo dia 25, contra o racismo e a violência de gênero. A Marcha das Mulheres Negras, uma mobilização nacional que reúne milhares de mulheres em defesa da igualdade racial, surge como um marco histórico de resistência, dando visibilidade às pautas que afetam diretamente essa população.

A mobilização reúne coletivos, movimentos sociais, sindicatos e organizações que lutam contra o racismo estrutural e o machismo. Além das marchas de rua, estão previstas rodas de conversa, oficinas e atividades culturais que celebram a força e a história das mulheres negras brasileiras.

Segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres negras continuam sendo as mais afetadas pela desigualdade salarial no país. Em 2023, o rendimento médio mensal das mulheres negras correspondia a apenas 46% do salário dos homens brancos, evidenciando a persistência das desigualdades estruturais no mercado de trabalho. Mesmo com avanços na escolaridade, elas ainda enfrentam maiores barreiras de acesso a cargos de liderança e oportunidades formais.

Para Maria Júlia Nogueira, secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT, esses números reforçam a urgência de políticas públicas voltadas à equidade racial e de gênero. “As mulheres negras são as que mais sofrem com o desemprego, com os baixos salários e com a falta de oportunidades. A CUT tem um papel fundamental nessa luta, ao denunciar o racismo no mundo do trabalho e exigir igualdade de condições. A Marcha das Mulheres Negras é também um espaço de denúncia e de mobilização para que nossas vozes sejam ouvidas e respeitadas”, afirmou Maria Júlia.

Essa será a 2ª Marcha das Mulheres Negras, que acontecerá em Brasília, no dia 25 de novembro de 2025. O objetivo é reunir 1 milhão de mulheres negras em marcha, reivindicando reparação histórica e o direito ao bem-viver para a população negra no Brasil.

Júlia reforça a importância da mobilização de todos os coletivos da CUT para participar da Marcha Nacional das Mulheres Negras. “A marcha é um espaço fundamental para o debate e para a construção de propostas que influenciem as políticas públicas. O Estado brasileiro precisa assumir sua responsabilidade no enfrentamento ao racismo e na promoção da igualdade racial neste país”, afirma Nogueira.

Caminhada até o Congresso Nacional

A organização da marcha divulgou em seu site o roteiro da caminhada e instruções para as participantes que vão se dirigir à capital federal. A caminhada sairá do Museu Nacional, em direção ao Congresso Nacional, com concentração a partir das 8h30. Às participantes, a organização pede que se preparem bebendo bastante água, fazendo exercícios físicos e alongamentos e participando das atividades das delegações.

Ainda em novembro, antes da caminhada, em Brasília, a marcha pretende realizar uma série de eventos como forma de preparação. Entre os dias 18 e 25, estão previstas atividades culturais, rodas de conversa, oficinas e intervenções urbanas, além da comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra, em 20 de novembro.

Um diálogo com lideranças políticas, ativistas, artistas e intelectuais negras vindas da América Latina, Caribe, África, Europa e América do Norte ocorrerá no Encontro Transnacional, entre os dias 21 e 24. Nesses dias, também será realizado um encontro nacional de Casas Ballrooms, inspirado na cultura LGBTQIA+ negra.

Para a secretária-adjunta de Combate ao Racismo da CUT, Nadilene Nascimento, a Marcha das Mulheres Negras é mais do que um ato simbólico, é um chamado à mudança. “Em pleno século XXI, essas mulheres seguem reivindicando o direito à vida, à dignidade e à equidade. Neste novembro da Consciência Negra, suas vozes ecoam pelas ruas do país, lembrando que, sem a liberdade das mulheres negras, não há justiça social possível”, afirma.