Mais de 20 mil na Paulista contra Bush
Publicado: 09 Março, 2007 - 15h53
Escrito por: "Chega de bomba, chega de ataque, fora imperialismo do Iraque!"
Mais de 20 mil manifestantes marcharam pela avenida Paulista na tarde desta quinta-feira, 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, em repúdio à presença de George W. Bush em território brasileiro. Portando faixas e cartazes contra a ocupação norte-americana no Iraque, mulheres trabalhadoras, donas de casa, sem terra, estudantes e portadoras de necessidades especiais, aposentadas e pensionistas, se concentraram na Praça Oswaldo Cruz, a partir das 15 horas, de onde saíram em animada passeata até o Masp, em um trajeto de cerca de dois quilômetros.
Além do cartaz da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) com os dizeres "Abaixo o terrorista nº 1! Fora Bush!", com a imagem de Bushitler, dezenas de cartazes artesanais traziam a figura do carniceiro identificada com suásticas. Bandeiras do Brasil e da Palestina, do PT, PCdoB e MR8 tremularam lado a lado às das entidades.
"Chega de bomba, chega de ataque, fora imperialismo do Iraque", "Fora já, fora já daqui, fora Bush e o FMI" e "a nossa luta é todo dia, somos mulheres e não mercadoria", foram algumas das palavras de ordem entoadas durante todo o percurso, que contou com expressiva e harmônica participação masculina.
ABUSO - Agredindo o clima pacífico e ordeiro da manifestação, policiais militares da Tropa de Choque tentaram comprometer o brilho do evento, despejando balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e de "efeito moral" - termo ridicularizado por uma polícia que atua como guarda pretoriana tucana - de forma covarde contra os manifestantes, grande parte mulheres, muitas jovens, algumas idosas e até em cadeiras de rodas. A quem serve esta polícia, que será utilizada nos jornais para aferir o número de pessoas presentes ao protesto, a fim de diminuir a expressividade do ato? Para quem faz segurança? Até o presidente da UNE, Gustavo Petta, foi ferido na perna, no cotovelo e nas costas, por estilhaços de uma bomba, além de ter a camiseta rasgada.
Como afirmou a secretária nacional de Organização da CUT, Denise Motta Dau, no encerramento do ato, no Masp, após os manifestantes terem feito a Polícia Militar recuar da sua agressão, "nossa voz vai ecoar mais forte que as bombas da polícia do PSDB e os canhões de Bush". A política do governo norte-americano, denunciou Denise, "é de retrocesso na luta das mulheres, seja nos Estados Unidos, onde cortou verbas dos programas sociais e promove o desmonte dos direitos sexuais e reprodutivos, seja no repasse a entidades que lutam contra a aids nos países africanos". Ao mesmo tempo, frisou, estamos nas ruas neste 8 de março, comemorando os avanços obtidos no Brasil, como a Lei da Maria da Penha, de combate à violência contra a mulher. "A repressão policial covarde que assistimos nesta avenida mostra a necessidade da luta por justiça e contra a impunidade", acrescentou.
Conforme Nalu Farias, da Marcha Mundial de Mulheres, "a luta é contra a guerra e a militarização, unindo e mobilizando para derrotar o neoliberalismo, a hipocrisia da criminalização do aborto e as concepções capitalistas, machistas e racistas".
ESTUDANTES - Na avaliação de Lúcia Stumpf, diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE), a manifestação cumpriu o seu papel, "pois disse um não contundente à política belicista de Bush, que troca sangue por petróleo ao invadir o Iraque e viola a soberania do seu povo". "No Brasil, deixamos claro que ele não é bem-vindo, pois é o terrorista nº 1, inimigo da Humanidade", frisou.
Para a vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), Michele Bressan, "a energia e força da passeata demonstraram a condenação do povo brasileiro à política de Bush, o não ao criminoso e imoral bloqueio a Cuba e ao financiamento norte-americano do Estado fascista de Israel contra o povo palestino". Michele lembrou que nesta sexta-feira (9), é o momento de "intensificar a caçada a esse terrorista, com uma concentração no Monumento às Bandeiras, em frente ao Parque do Ibirapuera, de onde sairemos à sua procura".
Em nome da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), Lurdes Vicente sublinhou "a importância da unidade dos movimentos sociais em torno da bandeira antiimperialista, que estreita nossos laços e a mobilização contra a guerra de Bush e o domínio das transnacionais, do capital financeiro e do agronegócio sobre a economia dos nossos países".
Participaram da caminhada inúmeros dirigentes da CUT nacional, como os companheiros João Felício, Antonio Carlos Spis, Rosane Silva, Carlos Rogério, Júlio Turra e Temístocles Marcelos Neto, e da CUT estadual, como Daniel Reis e Edilson de Paula.
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