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Maioria dos trabalhadores prefere modelo híbrido, mostra estudo

O trabalho 100% remoto, com o tempo, pode gerar isolamento e desconexão. Já o modelo híbrido preserva vínculos interpessoais, diz uma das autoras do estudo

Publicado: 08 Maio, 2025 - 12h30

Escrito por: Redação CUT

Marcelo Camargo / Agência Brasil - Arquivo
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A maioria dos trabalhadores e trabalhadores prefere dividir a sua jornada de forma híbrida, alternando entre os modelos presencial e home office. Em 2024, 54% dos trabalhadores afirmaram estarem engajados nesse formato misto ante 40% no ano passado. O modelo remoto agora tem 46% de engajados, contra 45% um ano atrás.

O estudo é da Engaja S/A, feito pela empresa de gestão de benefícios Flash em parceria com a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-Eaesp) e o Grupo Talenses, de recrutamento executivo, que ouviu 2.736 profissionais de todas as regiões do país.

Isadora Gabriel, CHRO da Flash, acredita que essa mudança pode ser explicada pelo comportamento natural do ser humano. “O trabalho 100% remoto, com o tempo, pode gerar isolamento e desconexão, prejudicando o engajamento. Já o modelo híbrido preserva vínculos interpessoais, interações espontâneas e trocas informais — elementos essenciais para a coesão e a cultura organizacional - ao mesmo tempo que mantém a flexibilidade tão importante para os trabalhadores”, disse ao jornal Valor Econômico que obteve com exclusividade os dados do estudo.

Ela pontua também que muitos profissionais que atuam 100% remotos relatam dificuldade em “desligar e estabelecer fronteiras. “O híbrido ajuda a estabelecer limites mais claros, favorecendo a desconexão e a saúde mental”.

Profissões com maior flexibilidade

Outro levantamento feito pela consultoria de recrutamento executivo Fesa Group que consultou 291 empresas de 15 segmentos em 12 estados do país nos primeiros meses de 2025, aponta que alguns segmentos mantêm modelos presenciais como padronização, muitas vezes por necessidade técnica ou por questões culturais que dificultam a transição para outras modalidades.

Entre eles estão advocacia, agronegócio, construção civil e imobiliário, indústria e saúde. Em segmentos específicos, o levantamento mostra que a flexibilização dos modelos é um diferencial competitivo, de modo a equilibrar atividades presenciais e remotas conforme as exigências de cada função. Alguns exemplos são consumo, educação, energia e logística.

Por fim, há setores que demonstram maior maturidade na adoção de modelos remotos e híbridos. São eles: tecnologia, finanças — principalmente startups financeiras e bancos. O levantamento também foi obtido com exclusividade pelo jornal Valor Econômico.