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Luto e indignação no Estaleiro...

Mais um acidente fatal na empresa comprova condições precárias de trabalho  

Publicado: 24 Maio, 2010 - 15h05

Escrito por: CUT-PE com informações do Sindimetal-PE

Os trabalhadores do Estaleiro AtlânticoSul, localizado em Suape, estão de luto e indignados, por mais umacidente fatal na empresa (o segundo em menos de um ano - em julho de 2009,morreu o companheiro/metalúrgico Lielson Ernesto da Silva, esmagado por umachapa de aço.

 

Aproximadamente às 08h, da sexta-feirapassada (21), o metalúrgico Jaelson Ribeiro de Souza, 47 anos, se preparavapara iniciar suas atividades na solda da Gaiuta, quando ao puxar os cabos damáquina de solda, caiu numa abertura no piso de uma altura de 20,02m. Indoparar na sala da casa de máquinas do navio. Segundo a direção do Estaleiro, elechegou a ser socorrido, mas morreu antes de chegar ao ambulatório do EAS.

 

O Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmetal-PE)foi acionado, por meio de vários trabalhadores e, também, pelo RH da empresa. Eao chegar ao local do acidente, junto com os fiscais da SuperintendênciaRegional do Trabalho em Pernambuco (SRT/PE), Amanda Tenório, Soraya Rego Barrose Paulo Roberto, percebeu de imediato as precárias condições de trabalho quefazem parte do dia-a-dia dos trabalhadores do EAS. Ou seja: escadas amarradascom arames, algumas aberturas no piso com proteções insuficientes e o pior: nolocal onde o companheiro caiu, NÃO HAVIA GUARDA-CORPO e o imenso janelão aolado buraco no piso também não tinha proteção (o que fatalmente poderia causaroutro acidente, pois entre o janelão e o convés do navio são aproximadamente10m). Os fiscais da SRT/PE interditaram a área do navio “João Cândido”, ondeocorreu o acidente e a medida vai vigorar até que a empresa realize ascorreções de falhas de segurança.

 

De acordo com o secretário de Comunicaçãodo Sindmetal-PE e diretor da CUT, Augusto César Barros, este fato não vaiapagar a irresponsabilidade dos ditos profissionais que deveriam criar os meiospara que o local só fosse liberado para o trabalho, quando a equipe desegurança observasse todas as medidas preventivas para que o local estivesse omais seguro possível. “ A pressa para terminar o navio não pode ser o“combustível da fornalha” que traga à morte aos cansados e pressionadostrabalhadores do Estaleiro, que são um exemplo de dedicação e profissionalismoe merecem bons salários e melhores condições de trabalho”, destacou.

  

A diretoria do Sindmetal-PE (legítimarepresentante dos trabalhadores do EAS),  vai intensificar a luta por maissegurança para que as péssimas condições de trabalho não sejam armadilhas quelevem à morte mais trabalhadores. Por mais riscos de acidentes que um local detrabalho tenha não pode servir de desculpas, para encobrir a irresponsabilidadee o descaso  dos que fazem o setor de segurança do trabalho doEstaleiro Atlântico Sul. Chega de descaso! Chega de desrespeito!