• Kwai
MENU

Lula vai a Minas Gerais para encontro com MST e Atingidos por Barragens

Em Betim, Lula participa do Seminário Internacional “O Lucro Não Vale a Vida”, realizado pelo MAB, como parte do calendário da Marcha dos Atingidos, que marca um ano do crime da Vale em Brumadinho

Publicado: 22 Janeiro, 2020 - 11h49 | Última modificação: 22 Janeiro, 2020 - 11h52

Escrito por: Redação CUT

Ricardo Stuckert
notice

O ex-presidente Lula estará em Minas Gerais nestas quinta (23) e sexta-feira, onde participar do encontro da Coordenação Nacional do MST, na cidade de Sarzedo, e do Seminário Internacional “O Lucro Não Vale a Vida”, realizado em Betim pelo Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB), como parte do calendário da Marcha dos Atingidos, que marca um ano do crime de Brumadinho.

Em 25 de janeiro de 2019, a barragem I da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), da mineradora Vale, rompeu e provocou uma das maiores tragédias socioambientais da história. A violência da lama dos rejeitos matou 272 pessoas - onze ainda estão desaparecidas -, contaminou o rio Paraopeba e o solo, prejudicando centenas de pequenos agricultores e pescadores e deixou a população de várias localidades sem seu meio de subsistência.

Nesta terça-feira, um ano depois, o Ministério Público de Minas Gerais denunciou à Justiça por homicídios duplamente qualificados, o ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman, 11 funcionários da mineradora e cinco da empresa de certificação, testes e inspeções Tüv Süd – que atestou a segurança da barragem.

A Vale e a BHP Biliton são controladoras da mineradora Samarco, donas da barragem do Fundão que se rompeu em 5 de novembro de 2015, matando 19 pessoas e deixou um rastro de destruição ao longo do rio Doce até o litoral do Espírito Santo.

Na segunda-feira (20), o MAB iniciou uma marcha de seis dias para denunciar o crime da Vale em Brumadinho.

No seu segundo dia, a marcha percorreu as ruas da cidade de Pompéu. Localizado a 170 quilômetros de Belo Horizonte, às margens do rio Paraopeba, o município foi atingido por rejeitos de mineração.

“Vamos subir o rio Paraopeba até o córrego do Feijão. Começamos a marcha por Pompéu por causa das perdas econômicas que aconteceram nesse município devido à contaminação do rio”, disse o militante José Geraldo à reportagem do Brasil de Fato. “Trata-se de uma cidade que depende da pesca, do turismo de pesca, da agricultura e da pecuária às margens do rio e tudo isso foi perdido com a contaminação do rio”.

O objetivo da marcha, segundo o militante, é mostrar que os danos do rompimento da barragem, em 25 de janeiro passado, foram além de Brumadinho. “O Paraopeba tem 300 quilômetros, e a contaminação já está chegando lá na represa de Três Marias. Precisamos chamar atenção para o crime, que tem uma extensão muito maior do que a simplificação de achar que só foi Brumadinho. Aqui também teve perdas, muita tristeza, perda de projeto de vida e adoecimento generalizado das populações que conviviam e dependiam do rio”.

“No assentamento a gente perdeu a fonte de renda, de lazer e a gente precisa de assessoria técnica para nos auxiliar a correr atrás dos nossos direitos”, disse Tatiana de Oliveira, moradora do assentamento Queima-Fogo, em Pompéu, que foi atingido.

A Marcha dos Atingidos percorrerá diversas localidades até dia 25, quando chegará em Brumadinho para um ato de solidariedade às vítimas, seus amigos e parentes.

Agenda do presidente Lula em MG:

Quinta-feira, 23 de janeiro

Sarzedo - 19h00 – Reunião da Coordenação Nacional do MST

Sexta-feira, 24 de janeiro - Betim

16h00 – Seminário Internacional: O lucro não vale a vida – 1 ano do crime em Brumadinho