Juro do cartão de crédito sobe para 343,6%; veja dicas para fugir dessa dívida
Segundo o Banco Central, as taxas do rotativo subiram 15,8 pontos percentuais em 2021. Vale conferir dicas da Serasa para não ter uma dívida impagável com o cartão de crédito
Publicado: 26 Novembro, 2021 - 11h05 | Última modificação: 26 Novembro, 2021 - 12h36
Escrito por: Redação CUT
A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito subiu de 339,5% ao ano em setembro para 343,6% em outubro. Esse é o maior percentual para a modalidade desde agosto de 2017, quando atingiu 392% ao ano, segundo dados, divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central (BC).
Os juros do cartão de crédito são os mais altos do mercado, só em 2021 subiu 15,8 pontos percentuais. Em 12 meses, a alta é de 26,4 pontos percentuais. Os juros do crédito especial caíram de 129,6% ao ano em setembro para 128,8% ao ano em outubro.
O rotativo é a linha de crédito pré-aprovada no cartão. Quando o consumidor faz as compras pelo cartão e na data do vencimento não consegue pagar o total da fatura, é cobrada uma taxa de juros do restante. No caso de inadimplência, ou seja quando o consumidor não apenas empurra o pagamento para o mês seguinte, como não tem dinheiro para quitar a dívida, o banco pode negociar e parcelar a saldo devedor ou oferecer outra forma para quitar a dívida no prazo de 30 dias. Muitos consumidores caem em uma bola de neve e ficam com dívidas que não conseguem pagar nunca.
Vale a pena conferir as dicas da Serasa para fugir de dívidas que podem se tornar imapagáveis.
- Pagamento mínimo da fatura é uma fria
Sua fatura do cartão de crédito chegou e algumas operadoras mandam recados falando sobre as vantagens de parcelar o valor. Outras enviam faturas com as informações dispostas de forma confusa, de modo que você acredita que pagar somente o valor mínimo não é um grande problema.
Seja qual for a sua situação, evite ao máximo fazer o pagamento mínimo da fatura. Se o valor total da sua fatura é de R$ 1.000,00 e você só paga R$ 800,00, por exemplo, o restante (R$ 200,00) é transferido para o próximo mês com taxas de juros altas.
- Em alguns casos, pegar um empréstimo pode ser melhor que pagar os juros do cartão de crédito
É isso mesmo: por mais estranho que pareça, em algumas situações é muito melhor pegar um empréstimo para pagar a fatura do cartão de crédito do que cair no crédito rotativo.
No crédito rotativo, algumas administradoras chegam a cobrar do cliente 15% de juros ao mês. Ao simular gratuitamente opções de crédito, é possível encontrar a mesma taxa ao ano.
- Conhecer as regras sobre juros do cartão de crédito é importante
Para não pagar tarifas abusivas, é importante ficar por dentro das atualizações sobre o mercado financeiro. Desde 2017, o Banco Central do Brasil emitiu regras novas do cartão de crédito. Um dos tópicos abordados foi exatamente os juros do cartão de crédito.
De lá para cá, basicamente, se você optar pelo pagamento mínimo da fatura que acabamos de explicar, poderá ficar no rotativo por, no máximo, 30 dias. Na prática, no mês seguinte você deverá pagar o valor integral ou parcelar sua fatura conforme as condições definidas pelo banco. No caso do parcelamento, incidirão juros, mas eles serão menores do que os praticados no rotativo.
- É possível limitar o cartão para evitar juros altos
Tenha em mente que o limite do seu cartão de crédito não deve ser o que a instituição financeira determinou para você, mas sim o que você pode pagar de acordo com o seu orçamento. Por isso, se o valor disponível for superior ao que você pode pagar, para evitar cair em uma bola de neve, entre em contato com o banco e peça a redução do limite.
Segundo os especialistas, o ideal é limitar os gastos com cartão de crédito a 30% da sua renda mensal. Cartões com limite igual ou superior à sua receita são um perigo, pois oferecem maiores riscos de você cair em dívidas ou precisar recorrer ao pagamento mínimo.
- Os juros são reflexo da falta de educação financeira
Você pode não acreditar, mas as operadoras de cartão de crédito cobram taxas de juros maiores no Brasil quando as comparamos com o resto do mundo. Um levantamento realizado em 2018 apontou, com base em dados dos bancos centrais de diversos países, que a média anual da taxa do rotativo era de 352,76% no Brasil. Em países da América Latina, ela não atingia nem 50% ao ano.
Os juros do cartão de crédito são muito perigosos e podem colocar um consumidor em dívidas cada vez maiores. Por isso, é importante mudar a forma como se olha para o cartão. Apesar de parecer um produto de satisfação imediata, ele é somente uma ferramenta que facilita e antecipa algumas conquistas. Isso, claro, se utilizado de maneira correta e consciente.
Além disso, os cartões de crédito podem ser aliados ao oferecerem benefícios como programas de fidelidade com acúmulos de pontos e milhas, descontos em redes parceiras e outras opções que podem ajudar o consumidor a economizar. Mesmo assim, antes de fazer uma contratação, verifique se essas vantagens não são concedidas mediante anuidades caras ou outros tipos de cobrança.