Jornalistas pernambucanos reconquistam Piso
Piso havia sido extinto há 18 anos; Região de Recife terá piso de R$ 1,5 mil
Publicado: 27 Novembro, 2014 - 09h17 | Última modificação: 27 Novembro, 2014 - 09h22
Escrito por: Sinjope
A luta e a mobilização garantiram para jornalistas pernambucanos a vitória coletiva dos trabalhadores em comunicação no Estado. Através das entidades de classe – Sinjope e Sindfgraf-PE, as duas categorias (jornalistas e gráficos) lutaram unidas durante a campanha salarial deste ano, participando de assembleias e paralisações. Até mesmo nas rodadas de negociação com o novo sindicato patronal, os sindicalistas gráficos e jornalistas estavam juntos e interagindo nos debates.
Jornalistas e gráficos aprovaram o fim da Campanha Salarial 2014, em assembleia conjunta, com a volta do Piso Salarial dos jornalistas (R$ 1,5 mil para a Região Metropolitana do Recife e R$ 1,2 mil para os demais municípios), extinto há 18 anos, bem como o reajuste de salários. Se, hoje, o Piso dos jornalistas estivesse vigente, atualizado pelo INPC/IBGE, o valor seria de R$ 1.268,65. Sendo assim, a diferença para a proposta aprovada pela categoria de R$ 1.500,00 é de 18,24% ou seja, de 17,72% de ganho real (percentual este acima da inflação do período).
Para a presidente do Sinjope, Ana Cláudia Elói, o restabelecimento do Piso Salarial para a categoria dos jornalistas de Pernambuco foi, sem dúvida alguma, a grande conquista da Campanha Salarial de 2014 que através de peças publicitárias colocou nas ruas a realidade enfrentada por vários profissionais nas empresas de comunicação de Pernambuco. Vale ressaltarmos que a discussão efetiva do Piso Salarial foi compromisso assumido o ano passado em mesa de negociação, quando do fechamento dos Acordos Coletivos e da Convenção Coletiva de Trabalho entre o Sinjope e a bancada patronal.
“Acreditamos que a volta do Piso é apenas o começo da valorização salarial. Temos continuar lutando pelo crescimento da remuneração, impedindo retrocessos e baixos salários. É preciso reivindicar salários mais dignos para a categoria, além da implantação de um Plano de Cargos e Carreiras (PCC) e condições de trabalho que valorizem o trabalho dos jornalistas”, acentuou.
Em relação ao reajuste, os jornalistas conquistaram percentual de 7%. Ficou decidido também que haverá ganho real para todas as faixas salariais acima do piso salarial. O pagamento do reajuste será feito de uma única vez para os trabalhadores da Rede Globo, Sistema Jornal do Commercio, Diario de Pernambuco, TV Jornal Caruaru e TV Asa Branca (Caruaru) e vai constar no contracheque do final deste mês (novembro). Empresas como a TV Tribuna, Sistema Folha de Pernambuco, TV Grande Rio (Petrolina) e demais empresas acordaram de fazer o pagamento em duas parcelas: 50 no final de novembro e 50% no final de dezembro.
As empresas que já haviam dado a inflação (6,36%) farão o complemento para 7%. As empresas que não anteciparam a inflação vão fazer o pagamento integral dos 7% conquistados pela categoria. O pagamento será feito com efeito retroativo a 27 de agosto de 2014 e também incidirá sobre os proventos de quem gozou férias nesse período (27 de agosto até outubro).
Portanto, os jornalistas que tiraram férias ao logo das negociações da campanha salarial, agora, com o fechamento, vão ter direito a complementação sobre os valores pagos por ocasião das férias.
Carta Compromisso
Além disso, a bancada patronal acatou a proposta do Sinjope de que seja firmada Carta Compromisso, de que na vigência da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) não será contratada(o) jornalista profissional com salário inferior aos menores salários de ingresso praticados na data base pelo JC, DP e TV Globo; como também a renovação da Carta de Intenção, na qual as empresas se comprometem em contratar somente jornalistas diplomados para exercer atividades jornalistas em suas redações.
No que diz respeito as despesas de viagem, o valor mínimo concedido será de R$ 25,00 para cada refeição, devendo ser comprovado o gasto, através de comprovante da despesa, não sendo exigido que seja por cupons ou notas fiscais. No entanto, permanece a discriminação entre os profissionais que atuam nas empresas de rádio e TV, referente ao pagamento de coberturas de carnaval e eleições para os jornalistas de impresso.