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Jornada do MST chega a 42 ocupações de...

Publicado: 16 Abril, 2010 - 10h11

Escrito por: MST

Ajornada de lutas do MST chegou a 42 ocupação de latifúndios, protestos emprédios públicos e marchas em 16 estados, em defesa do assentamento das 90 milfamílias acampadas, pela atualização dos índices de produtividade e porpolíticas públicas para as áreas de Reforma Agrária.

 

OMST cobra os compromissos assumidos pelo governo federal, depois da jornada deagosto, que ainda não foram cumpridos.

 

“Queremosapresentar na jornada a nossa pauta de reivindicações, que está amarela”,afirma o integrante da coordenação nacional do MST, João Paulo Rodrigues.

 

Amaioria das áreas ocupadas já foram classificadas como improdutivas emvistorias do Incra, mas ainda não foram desapropriadas e destinadas à ReformaAgrária.

 

Ajornada denuncia também o processo de repressão de desmoralização dosmovimentos sociais, realizada pela bancada ruralista, por setores do PoderJudiciários e pelo mídia burguesa, com o lema “Lutar Não é Crime”.

 

“Vamoscombater a campanha da CNA com ocupações de latifúndios”, afirmou João Paulo,em referência à tentativa de criminalização dos movimentos sociais do campopelos latifundiários.

 

OMST realiza mobilizações em todo o país na semana do Dia Nacional de Luta pelaReforma Agrária, em 17 de Abril, que foi instituído no governo FernandoHenrique Cardoso, em 2002, em memória dos 19 Sem-terras assassinados noMassacre de Eldorado de Carajás, em 1996.

 

Como lema “Lutar não é crime”, o MST exige o assentamento das 90 mil famíliasacampadas em todo o Brasil; a atualização dos índices de produtividade; agarantia de recursos para as desapropriações e investimentos públicos nosassentamentos (crédito para produção, habitação rural, educação e saúde).

 

Foramocupados latifúndios em Pernambuco (19), São Paulo (9), Paraíba (5), Sergipe(3), Ceará (2), Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso doSul (uma em cada estado).

 

OsSem Terra fizeram também protestos em prédios públicos por apoio aosassentamentos, em São Paulo (ocupação do Incra em Bauru e Itesp em Itaberá),Paraná (acampamento em frente ao Incra em Curitiba), Mato Grosso (acampamentoem frente ao Incra em Cuiabá), Goiás (marcha com 850 trabalhadores rurais), Riode Janeiro (sede da Justiça Federal em Itaperuna), Alagoas (ocupação de cincoprefeituras), Rio Grande do Norte (ocupação da prefeitura de Mossoró), Ceará(prefeitura de Itapiúna) e Pará (dois acampamentos, em Eldorado de Carajás eBelém).

 

Abaixo,um panorama geral, por estado, das manifestações na Jornada de Lutas pelaReforma Agrária.

 

Alagoas

Desdedomingo, mais de sete manifestações foram realizadas no estado. Foram ocupadosdois latifúndios e as prefeituras de Delmiro Gouveia, Inhapi, Olho d'Água doCasado, Girau do Ponciano e Atalaia. Ainda, com a negativa do prefeito emreceber a marcha do MST em Atalaia, os manifestantes decidiram bloquear arodovia BR-316, que passa pelo município.

 

Ceará

Maisde 600 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e doMovimento dos Conselhos Populares ocuparam, na manhã desta quinta-feira (15/4),o Sítio São Jorge, uma fazenda de 800 hectares localizada entre a AvenidaPerimetral e a Avenida I, no bairro José Walter, em Fortaleza. Outras açõesestão ocorrendo, como é o caso da ocupação, por 100 famílias, da fazendaCurrais Novos, em Madalena, também nesta quinta-feira (15/4) e da ocupação, por200 assentados, da prefeitura de Itapiúna, no norte cearense.

 

Distrito Federal

AComissão de Legislação Participativa (CLP) realizou na quarta-feira (14/4),audiência pública para discutir a criminalização dos movimentos sociais noBrasil e as causas da violência no campo. Participaram João Pedro Stedile, doMST, Sergio Sauer e o deputado federal Dr. Rosinha, Coordenador da FrenteParlamentar da Terra. Foi feito um balanço geral do processo de criminalizaçãodos movimentos do campo e de momentos simbólicos de repressão como oassassinato de Dorothy Stang, o Massacre de Eldorado dos Carajás. Ainda, ointegrante da direção nacional do MST João Pedro Stedile defendeu mudanças nomodelo de Reforma Agrária brasileiro. De acordo com ele, é preciso combinar asdesapropriações, com o estímulo às agroindústrias, sob técnicas advindas daagroecologia e a educação no campo.

 

Goiás

EmGoiânia, cerca de 850 Sem Terra estão em marcha desde segunda-feira (12/4).Saíram de Itaberaí rumo à capital Goiânia, num percurso de 100 quilômetros, quedeve terminar nesta sexta-feira. Na capital, onde devem ficar até dia 23/4,haverá negociações com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária(Incra) e o governo do estado, para discutir obtenção de terras para a ReformaAgrária e política de infra-estrutura em assentamentos do estado.

 

Maranhão

ACaravana dos Povos do Maranhão e Pará terminou com uma grande plenária e váriosprotestos contra a empresa Vale na região, em Açailândia (MA), no sábado. Asatividades deram início à Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária noestado. Reunidos desde segunda-feira (5/4), a Caravana, composta porrepresentantes de seis países, percorreu várias cidades do Pará e Maranhãodebatendo os impactos da Mineradora Vale e trocando experiências de lutas dosdiversos países contra a Empresa.

 

Mato Grosso

Cercade 200 homens e mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)em Mato Grosso, em Cuiabá, montaram acampamento nesta segunda-feira (12/4) emfrente ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), iniciando aJornada de Lutas por Reforma Agrária, que acontece no mês de abril em todo oBrasil. Acampados em frente ao Incra, os Sem Terra, que vivem em acampamentos eassentamentos no interior do Estado, vão cobrar novamente a pauta proposta anopassado e que em nenhum ponto foi cumprida. Eles querem, essencialmente, oassentamento de 2.500 famílias e estrutura para os assentamentos.

 

Paraíba

Foramocupados cinco latifúndios na Paraíba nos municípios de Uirauna, Vale doPiancó, Santa Rita, Cabeceiras e Algodão de Jandaira. Na segunda-feira, 300famílias montaram acampamento na rodovia PB-415, próximo ao município deUiraúna, sertão da Paraíba, para reivindicar a desapropriação de três imóveisrurais: a fazenda Rio do Peixe, com 900 hectares, a fazenda Val Paraíso, com1500 hectares, e a fazenda Canadá, com 700 hectares. Já na região do Vale doPiancó, 60 famílias ocuparam a fazenda Riachão, no município de Ibiara.

 

Pará

Nesteano, em sua quinta edição, o Acampamento acontece desde o último sábado naentrada do assentamento 17 de abril (PA 275), onde hoje estão assentadas as 699famílias que conquistaram a terra logo após o massacre. O Acampamento conta coma participação de 250 jovens do MST, FETAGRI e jovens convidados da UES (Uniãodos Estudantes do Ensino Superior de Santarém), que todos os dias fazem estudossobre a realidade da juventude, sexualidade e saúde, educação, cultura ecomunicação.

 

Todosos dias a rodovia PA 275 é interditada às 17h30 (hora do início do massacre)por 19 minutos, em lembrança aos 19 militantes assassinados na curva do “S”pela Polícia Militar do estado do Pará. Desde 2006, quando o massacre deEldorado do Carajás completou 10 anos, o MST realiza no Pará o AcampamentoPedagógico da Juventude Camponesa, com diversas atividades.

 

Nacapital, Belém, será montado um grande acampamento na Praça Mártires de Abril,de 16 a 20 deste mês, com 1000 pessoas.

 

Paraná

Naterça-feira, cerca de 1.000 trabalhadores do Movimento dos Trabalhadores RuraisSem Terra (MST) do Paraná chegaram a Curitiba para participar da JornadaNacional de Luta pela Reforma Agrária. Pela manhã, no Monumento AntonioTavares, BR 277, houve o ato de abertura da mobilização, com o lema “Lutar nãoé crime”.

 

Depoisdo ato, os Sem Terra seguiram em caminhada até a Superintendência Regional doINCRA, onde foi entregue uma pauta de reivindicações. Durante a mobilizaçãoserão realizadas negociações com o Incra, Banco do Brasil, Conab (CompanhiaNacional de Abastecimento) e secretarias estaduais. Para o dia 16/4,sexta-feira, está prevista uma Audiência com autoridades estaduais e federaisno Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

 

Pernambuco

Desdedomingo (11), 2850 famílias ocuparam 19 latifúndios, em Pernambuco. Asocupações foram feitas em diversas regiões do estado e fazem parte da JornadaNacional de Luta pela Reforma Agrária. As ações da jornada denunciam trabalhoescravo, dívidas das usinas com a união e extrema pobreza no campopernambucano.

 

Rio de Janeiro

Naquarta-feira, diversas famílias Sem Terra se mobilizarão em frente à sede daJustiça Federal, na cidade de Itaperuna, norte do Rio de Janeiro. O objetivo épressionar a Justiça federal para dar a imissão na posse da Fazenda SantaMaria, para o assentamento das famílias. Em 2008, o Instituto Nacional deColonização e Reforma Agrária (INCRA) entrou com o pedido de desapropriação,embargado agora no Judiciário. Mais ações ocorrem no estado até o fim do mês.

 

Rio Grande do Norte

Cercade 350 famílias ocuparam a prefeitura de Mossoró (RN) nesta quinta-feira(15/4), para apresentar uma pauta de reivindicações que envolve o abastecimentode água aos assentamentos e acampamentos, investimentos em saúde,infra-estrutura para as escolas, coleta seletiva e reciclagem, transporte ecomercialização dos produtos agrícolas dos assentamentos. Na região de Mossoró,existem onze assentamentos, e mais de mil famílias ainda vivem em baixo da lonapreta, distribuídas em três acampamentos do MST.

 

Rio Grande do Sul

Cercade 200 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do RioGrande do Sul ocupam neste momento uma fazenda na cidade de Sananduva, no Nortedo estado. A Fazenda Bela Vista possui 500 hectares. O proprietário da áreapossui dívidas com o Banco do Brasil e a área ainda é alvo de crime ambiental.

 

São Paulo

Desdesegunda-feira, cerca de 3000 trabalhadores Sem Terra fizeram nove ocupações noestado de São Paulo. As ações foram feitas em diversas regiões do estado, comoRibeirão Preto, Iaras, Campinas, Itapeva, Bauru, São Paulo, dentre outras. Asações foram direcionadas aos órgãos do estado, como INCRA e o Instituto deTerras do Estado de São Paulo (Itesp), além de latifúndios improdutivos.Diversas pautas foram apresentadas, como a desapropriação de áreas, incluindo aárea grilada utilizada pela Cutrale.

 

Santa Catarina

Cercade 200 famílias ocuparam, nesta terça-feira (13/4), uma fazenda em Curitibanos,na região serrana de Santa Catarina. A área, a fazenda Xaxim, já tem decreto dedesapropriação e estava pronta para a posse dos Sem Terra, mas o proprietárioentrou com uma ação no Tribunal Regional Federal de Porto Alegre e suspendeu adecisão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Aocupação é uma forma de pressionar por uma decisão favorável e garantir a áreaaos trabalhadores rurais. Em Santa Catarina, cerca de duas mil famílias vivemacampadas.

 

Sergipe

Namanhã de quinta-feira (15/4), 100 famílias ocuparam a fazenda São Luiz, em PoçoRedondo. Na terça-feira (13/4), outras duas fazendas foram ocupadas no estado.A Água Branca, também conhecida como São José, foi ocupada por 50 famílias, nomunicípio de Estância. Na mesma cidade, 50 famílias ocuparam ainda a fazendaRio Fundo.