JBS Friboi, rastro de sangue
Reportagem do Brasil de Fato denuncia que apesar do extenso currículo de lesões e mutilações, empresa recebe bilhões do BNDES
Publicado: 14 Setembro, 2011 - 14h41
Escrito por: Leonardo Severo

“A JBS tem como missão ser a melhor em tudo o que se propõe a fazer”, diz a página da “maior empresa em processamento de proteína animal do mundo”. No entanto, será o crime uma missão da JBS Friboi? Esse é o questionamento que se faz a essa empresa que recebeu R$ 10 bilhões de dinheiro público do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). São contundentes relatos de funcionários vitimados pela superexploração, o ritmo intenso de trabalho e as longas e extenuantes jornadas que multiplicam os acidentes de trabalho com lesões e mutilações.
A multiplicação das denúncias e dos protestos vem forçando a Justiça, mesmo que ainda modestamente, a sair da letargia diante do rastro de sangue e dor deixado pela gigante da alimentação.
- Veja a reportagem completa clicando aqui
Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e seu representante no Conselho do BNDES, Artur Henrique sustenta que “é inaceitável manter recursos públicos, desonerar ou incentivar a determinados setores econômicos sem a obrigação de estabelecer metas de contrapartidas sociais”. Segundo Artur, “estas metas não devem se restringir à geração de emprego, mas à qualidade dos empregos, às condições de trabalho e ao fortalecimento da negociação coletiva. Afinal, não é possível continuar investindo bilhões de reais numa empresa como a JBS Friboi e ao mesmo tempo gastar bilhões com a Seguridade Social para bancar os milhares de doentes afastados, lesionados e mutilados”.
“Estimulada pela falta de atitude do governo, agora a empresa parte diretamente para o achaque e a chantagem explícita, ameaçando com o fechamento de plantas, caso não receba mais prêmios por sua conduta criminosa”, acrescentou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac), Siderlei de Oliveira. Muito diferente da “responsabilidade social” de suas publicidades, denunciou Siderlei, a JBS suspendeu por tempo indeterminado suas operações nas plantas de Presidente Epitácio (SP), Teófilo Otoni (MG) e Maringá (PR), sem qualquer comunicação com os trabalhadores.