JBS-Friboi dispensa mil trabalhadores....
Nota oficial da Contac/CUT denuncia irresponsabilidade da multinacional brasileira
Publicado: 11 Agosto, 2011 - 12h27
Escrito por: Contac

A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac/CUT) manifesta o seu mais veemente repúdio ao grupo JBS-Friboi pela recente demissão de mais de mil trabalhadores, efetivada nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul sem qualquer comunicação ou diálogo com as entidades representativas da categoria.
Tal comportamento leviano e irresponsável é ainda mais abusivo quando se trata de conglomerado que tornou-se o maior frigorífico do mundo, cevado com volumosos recursos do BNDES, em grande parte dinheiro dos próprios trabalhadores. Infelizmente, vemos mais uma vez verbas públicas serem utilizadas para alavancar o desemprego e multiplicar doenças, lesões e mutilações pelo esforço repetitivo e a intensidade do ritmo de trabalho.
A prática antissindical do facão, do arrocho salarial e da superexploração é, cada vez mais, uma dura realidade vivenciada pelos trabalhadores da multinacional brasileira JBS-Friboi. Seja nos seus frigoríficos ou curtumes, os trabalhadores vêm sendo vítimas do excesso de jornada, coação, assédio moral e ameaça de demissão ao não se curvarem às arbitrariedades e irregularidades da empresa, como a imposição de metas desumanas.
Justamente no dia 10 de agosto, em que, com a Central Única dos Trabalhadores, realizávamos uma pressão junto aos três poderes em Brasília para garantir avanços nas condições de vida e trabalho de quem constrói o país, somos surpreendidos pela traição e má-fé da JBS.
Reiteramos uma vez mais a necessidade de contrapartidas sociais para todo e qualquer investimento público, a fim de que empresas como esta, que inclusive tem estado na linha de frente do atraso nas relações sociais e trabalhistas, sejam penalizadas, em vez de serem acariciadas pelo governo.
Neste momento em que o Ramo da Alimentação debate os termos de uma Norma Regulamentadora para os frigoríficos, que vem sendo sabotada pela JBS-Friboi, alertamos as autoridades para a gravidade de tais atos. Em Brasília, nas audiências com o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, apontamos para a necessidade de maior fiscalização, de maior presença do Estado, para que o capital não atue com rédeas soltas e implemente a lei da selva.
Mais do que levantar a voz, a hora é de ampla e unitária mobilização da classe trabalhadora para afirmar a pauta do desenvolvimento, que é a do aumento real de salário; da redução da jornada de trabalho, sem redução de salário; da igualdade de oportunidades e de tratamento, mantendo e ampliando direitos; do fim da rotatividade, com a ratificação da Convenção 158 da OIT.
Na contramão disso tudo, vem os reacionários, puxados pela JBS-Friboi.
Siderlei de Oliveira, presidente da Contac/CUT