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IBGE: empresas contrataram mais e registraram ganho real do salário médio em 2023

Em termos reais, o salário médio mensal pago em 2023 pelas empresas cresceu 2,0% e passou de R$ 3.673,50, em 2022, para R$ 3.745,45

Publicado: 13 Novembro, 2025 - 12h01 | Última modificação: 13 Novembro, 2025 - 12h29

Escrito por: Redação CUT com IBGE

Copel - Divulgação
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Média salarial dos trabalhadores do setor de Eletricidade e gás estava entre as mais altas em 2023

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou pesquisa nesta quinta-feira (13) a partir das Estatísticas do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE). Ela traz um panorama das diversas seções econômicas das empresas e outras organizações formalmente constituídas no país, fornecendo ainda um recorte do pessoal ocupado por gênero, bem como o desempenho dos estados sobre os salários pagos pelas empresas em 2023.

Em termos reais, o salário médio mensal pago em 2023 pelas empresas cresceu 2,0% e passou de R$ 3.673,50, em 2022, para R$ 3.745,45, o equivalente a 2,8 salários mínimos (o valor de 2022 foi corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, tendo como referência o ano de 2023). Isso gerou impacto direto no valor do pagamento de salários e outras remunerações, que totalizou R$ 2,6 trilhões, crescimento de 7,5% em relação ao ano anterior.

Empresas e ocupação

Das 66,0 milhões de pessoas ocupadas, 52,6 milhões (79,8%) eram assalariadas e 13,3 milhões (20,2%) estavam na condição de sócios e proprietários.

No total, foram contabilizadas, em 31 de dezembro de 2023, 10,0 milhões de empresas e outras organizações formais ativas, um incremento de 6,3% em relação a 2022.

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A maior quantidade de empresas é de pequeno porte; grandes pagam maiores salários

Em 2023, do total de empresas e outras organizações, 93,1% tinham de 0 a 9 pessoas; 5,9%, de 10 a 49 pessoas; 0,8%, de 50 a 249 pessoas; e 0,2%, de 250 pessoas ou mais. Em 2022, estes números eram, respectivamente, 92,8%, 19,8%, 2,6% e 0,8%.

Apesar do predomínio daquelas de menor porte na estrutura empresarial brasileira, as empresas e outras organizações com 250 pessoas ou mais tinham as maiores participações no pessoal ocupado total (43,9%), no pessoal ocupado assalariado (55,0%) e nos salários e outras remunerações (69,1%). Em 2022, os números eram 50,1%, 54,1% e 69,3%, respectivamente. 

No ano da pesquisa, as empresas maiores pagaram salários médios mensais que chegam a R$ 4.748,78, mais que o dobro do salário recebido por aquelas com 0 a 9 pessoas ocupadas (R$ 1.946,77).

Os órgãos da administração pública, apesar de representarem somente 0,6% das empresas e outras organizações, demonstram sua importância ao absorverem 17,0% do pessoal ocupado total e 21,3% do pessoal ocupado assalariado, pagando 30,7% dos salários e outras remunerações.

Salários por setor

Com salário médio de R$ 8.680,85, o setor de Eletricidade e gás pagou um salário médio mensal 131,8% acima do valor de todos os setores (R$ 3.745,45),

Em seguida estão o setor de Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais, com R$ 8.658,97, que está acima da média em 131,2%; bem como as Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, com R$ 8.169,84, acima em 118,1%.

Apesar destas três atividades pagarem salários médios mensais mais elevados, ocuparam, juntas, 1,4 milhão de pessoas, ou seja, somente 2,6% do pessoal ocupado assalariado. 

Na outra ponta, entre os setores que pagaram os salários médios mensais mais baixos, estão: Alojamento e alimentação (R$ 1.920,71), Atividades administrativas e serviços complementares (R$ 2.254,52); e outras atividades de serviços (R$ 2.542,29), com valores 48,7%, 39,8% e 32,1% abaixo da média, respectivamente. Elas absorveram juntas cerca de 8,4 milhões de pessoas, ou seja, 16,0% do pessoal ocupado assalariado.

Diferença salarial por gênero e escolaridade

A maioria das pessoas empregadas com carteira assinada são homens (54,5%). O percentual das mulheres é de 45,5%. A pesquisa traz também as diferenças salariais entre homens e mulheres que caíram de 17% para 15,8%.  Em 2023, os homens ganhavam em média R$ 3.993,26.

Tanto para os homens, quanto para as mulheres, os maiores salários médios foram pagos pela administração pública (R$ 5.933,39 e R$ 4.895,56, respectivamente). Nessas instituições, o salário médio mensal pago às servidoras públicas representou 82,5% daquele pago aos servidores do sexo masculino.

As entidades empresariais, por sua vez, registraram os menores valores pagos: R$ 3.620,02 e R$ 2.817,75, respectivamente, para homens e mulheres, sendo que o salário delas representou 77,8% dos salários pagos a eles. 

Em 2023, 76,4% do pessoal ocupado assalariado não tinha nível superior. Aqueles que tinham nível superior ganhavam, em média, R$ 7.489,16, o que representava três vezes mais do que aqueles que não possuíam esse nível de escolaridade (R$ 2.587,52).

A pesquisa completa do IBGE pode ser acessada aqui.

Metodologia

O CEMPRE reúne informações cadastrais e econômicas das empresas e outras organizações presentes no País, inscritas no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, e de suas respectivas unidades locais. A atualização é realizada, anualmente, a partir das informações provenientes do IBGE, da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil e do Ministério do Trabalho e Emprego. 

O levantamento divulga os dados das organizações formais ativas no País, como número total de empresas e outras organizações; pessoal ocupado total; pessoal ocupado assalariado; salários e outras remunerações; e salário médio mensal em 2023. As informações são apresentadas segundo a atividade econômica, de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE 2.0; a natureza jurídica; o porte, por faixas de pessoal ocupado assalariado; e a distribuição geográfica, destacando-se, ainda, a participação do pessoal ocupado assalariado por sexo e nível de escolaridade.

Os resultados são divulgados no site do IBGE e Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra) para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação e Municípios.