• Kwai
MENU

Grupo invade sede do Sindicato dos Marceneiros...

Violência ocorre um dia após bomba atingir sede dos gráficos de São Paulo

Publicado: 26 Agosto, 2011 - 21h54

Escrito por: Luiz Carvalho

notice


Ao que tudo indica, a atuação da CUT em defesa da classe trabalhadora tem incomodado muita gente acomodada no movimento sindical.  E a resposta de quem não tem força para lutar na base por meio de ações que defendam os interesses dos trabalhadores é a violência.

Na tarde desta sexta-feira (26), a sede dos Sindicato dos Marceneiros de Taboão da Serra foi invadida por três pessoas armadas que agrediram o presidente da entidade, Edson Santos. O grupo não identificado levou ainda objetos sem valor como uma mochila com documentos e um notebook, provavelmente para que a agressão ficasse configurada como tentativa de roubo.

As mesmas pessoas já haviam visitado a entidade pela manhã, alegando serem funcionários sem registro demitidos pela empresa Giroflex.

“Quando retornaram à tarde e entraram armados, disseram que dessa vez não tinham vindo para nos matar, apenas assustar”, conta Santos, agredido com coronhadas nas mãos e no rosto.

Mesmo com o incidente, outros integrantes da direção conseguiram conduzir a assembleia marcada para esta tarde e que aprovou a pauta da campanha salarial da categoria.

Entenda a disputa
O Sindicato dos Marceneiros de Taboão da Serra, responsável por representar cerca de 5 mil trabalhadores, foi fundado em 1997 pelas mesmas pessoas que integravam a representação da categoria em São Paulo, filiada à CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil).  Até 2009, a organização funcionava como uma entidade de “gaveta”.

A partir desse ano, o grupo cutista passou a  lutar para que se transformasse em uma legítima representação dos marceneiros no município. Em abril passado, após muitas batalhas, finalmente ocorreram as eleições com vitória para a chapa da CUT.

A seguir, Santos afirma que muitos companheiros da base começaram a alertá-lo sobre recados endereçados à atuação da direção na cidade. “Sempre diziam que se assumíssemos e levássemos a luta adiante, não iriam deixar que trabalhássemos. Ontem e hoje até estiveram aqui e convidando os companheiros para uma churrascada no dia 19”, relatou, enquanto aguardava atendimento médico.

Liberdade sindical
A agressão ao dirigente dos Marceneiros de Taboão acontece um dia após uma bomba ser lançada contra o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Gráficas de São Paulo (clique aqui para ler). A entidade também vinha sofrendo ameaças após deixar a Força Sindical e se filiar à Central Única dos Trabalhadores.

Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Madeira (Conticom), Cláudio Gomes, afirma que além de prestar solidariedade aos trabalhadores, a organização estará ao lado da CUT para cobrar um basta em atos de violência como esse. “No início da próxima semana o ramo definirá quais ações serão adotadas para frear essa forma de banditismo. Mas, já posso garantir que cobraremos das autoridades policiais a investigação do caso e uma resposta exemplar para que a impunidade não estimule a repetição de fatos como esse. Não podemos terminar em uma situação na qual os conflitos são resolvidos na base da bala”, definiu.

É importante lembrar que uma das principais bandeiras cutistas é a defesa da liberdade e da autonomia sindical, permitindo ao trabalhador que escolha qual entidade deve representá-lo. A CUT, inclusive, foi a única central a incluir o tema nas celebrações no 1.º de Maio deste ano.