Grevistas fazem passeata em Arapiraca, AL
Publicado: 27 Março, 2007 - 08h05
Escrito por: Durante passeata, houve denúncia de desvio de recursos da Educação
Trabalhadores da Educação, em greve há mais de dois meses, realizaram a Caravana da Cidadania em Defesa da Educação, nesta terça-feira (26), em Arapiraca, Alagoas. As ruas do centro da cidade foram tomadas pelos grevistas, que receberam apoio de representantes de outros movimentos sindicais, estudantis e sociais. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) anunciou que fará o cadastro dos alunos que ficarão fora da sala de aula para abrir uma ação cível pública contra o governo do Estado. Pelos cálculos do sindicato, milhares de jovens não poderão freqüentar as escolas do estado porque não há vagas disponíveis para abrigar todos.
A passeata foi encerrada por volta das 14 horas, depois de um ato público realizado em frente ao Centro Administrativo do Poder Executivo arapiraquense. Os manifestantes pretendiam solicitar ao prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (PMDB) que intercedesse junto ao governador Teotonio Vilela (PSDB), a favor dos trabalhadores da Educação, na discussão a respeito do pagamento da isonomia salarial da categoria.
"O prefeito fez indicações no primeiro e segundo escalões do governo de Vilela e tem boa relação com o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros. Solicitamos em público que Luciano Barbosa seja mais uma vez a favor dos trabalhadores", disse Juracilene Ramos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da secção Agreste.
Após quase duas horas de passeata, os grevistas forma informados que o prefeito Luciano Barbosa viajara a Brasília. "Nâo importa. A mensagem para o povo arapiraquense foi passada de forma clara. Queremos explicar que o governo deve pagar a isonomia salarial, que é um direito da categoria", citou Girlene Lázaro, presidente da executiva estadual do Sinteal.
Durante a passeata, membros do Sinteal denunciaram que o governo do Estado está desviando recursos da Educação para o pagamento de folha salarial em outras instituições públicas. "Caso o governo cumprisse todas as normas de investimento na Educação, teria recursos para o pagamento da isonomia salarial da categoria. O dinheiro do Fundo de Educação Básica é carimbado e não pode ser desviado para outros fins. Um relatório elaborado pelo movimento grevista mostra que os números são favoráveis aos trabalhadores em educação. Ele não pode querer manter os trabalhos em outras instituições, inclusive de nível superior, com dinheiro que deve ser investido na educação fundamental e ensino médio", afirmou Juracilene Ramos.