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Greve por falta de Pagamento em obra da Gafisa...

No mesmo local, no início do mês, morreu eletrocutado um operário terceirizado

Publicado: 17 Fevereiro, 2011 - 11h09

Escrito por: Sintracon

 

 

A mesma obra onde um companheiro faleceu no começo deste mês, vítima de descarga elétrica, voltou a estar na mira do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Curitiba (Sintracon). Cerca de 60 trabalhadores da MR Contruções, empresa que presta serviços à Gafisa, Agre Incorporadora e BKO na construção de condomínio residencial no bairro Ecoville, em Curitiba, entraram em greve no dia 9 de fevereiro em função de falta de pagamento.

Os trabalhadores ficaram indignados com os 45 dias sem receber. Além disso, não foi efetuado o pagamento do vale-compras de janeiro no valor de R$ 180, conforme determina a Convenção Coletiva da categoria, mas mesmo assim foram obrigados a assinar recibos. No lugar do vale-compras, a empresa fornecia marmitex.

O Sintracon Curitiba apoiou irrestritamente a greve e convocou as empresas para negociar. A reunião aconteceu no dia 10 de fevereiro, na Sede do Sindicato, que cobrou ferrenhamente o pagamento imediato dos salários e do vale-compras. Os dirigentes sindicais deixaram bem claro que a Convenção Coletiva tem que ser cumprida à risca e que não aceitam qualquer tipo de pagamento de vale-compras diferente do que determina a CCT.

A Gafisa, por meio de seu representante, propôs assumir e efetuar o pagamento referente ao mês de janeiro a todos os trabalhadores na segunda-feira (14). A MR Construções, por sua vez, concordou em não descontar os dias parados. Os trabalhadores aceitaram a proposta e encerraram a paralisação. O retorno ao trabalho ocorreu na terça-feira (15).

A voracidade das grandes corporações pelo lucro parece não ter limites. As notícias sobre acidentes fatais ou graves no setor da construção civil estão cada vez mais constantes. É uma triste realidade, a vida do trabalhador é colocada em risco para que os empresários coloquem mais dinheiro no bolso.

CHOQUE E MORTE - Gidomar Gonçalves Alencar, de apenas 25 anos, faleceu no dia 3 de fevereiro após levar uma forte descarga elétrica da extensão que alimentava o vibrador de concreto. Era funcionário da empresa BKO, prestadora de serviços em obra da Gafisa Incorporadora e Construtora. Entre os objetivos da Gafisa, de propriedade de Gary Robert Garrabant, e que tem até telefone para quem quiser investir desde os Estados Unidos, está o de “produzir resultados crescentes e duradouros para nossos acionistas”, com a prática de “atrair, reter e manter as melhores pessoas”, por meio de um “rígido controle de custos em busca de maior lucratividade”.