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Governo ilegítimo falta a mais uma audiência pública

Nenhum representante golpista teve coragem de defender publicamente a PEC que representa a maior alteração na Constituição Federal desde 1988

Publicado: 04 Novembro, 2016 - 10h46

Escrito por: Luciana Waclawovsky

Agência Senado
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A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado realizou na manhã desta terça-feira, 03, a quarta audiência pública para discutir os termos da PEC 241 - agora 55 - e a ação nociva que os impactos dessa aprovação podem causar na sociedade.

Em nenhum desses encontros o representante do governo ilegítimo apareceu para defender a medida diante de senadores da oposição e convidados, na maioria economistas e pesquisadores da área, pelo simples fato de que a proposta de emenda à Constituição estipulada é indefensável.

Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) o que se pretende, de fato, não é apenas adotar uma medida fiscal, mas definir um projeto de nação com Estado mínimo. “É preciso um governo sem voto para adotar medidas antipopulares como essa”, denunciou.

Roberto Requião, senador peemedebista pelo estado do Paraná, chamou de demolidora a exposição dos economistas convidados para explicar a ação destrutiva da PEC.  Para ele, o objetivo real e a pressa em aprovar a ação ainda está oculta. “Esse é o passo inicial para a construção de um novo projeto conhecido por muitos brasileiros: destruir o estado de bem social para garantir espaço à especulação financeira”, bradou o parlamentar.

Presidida pela senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR), a atividade contou com a participação da professora do Instituto de Economia da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), Esther Dweck, e do presidente do Conselho Federal de Economia, Júlio Miragaya.

Para o economista, não resta dúvidas que a PEC 55 é a confirmação de que o ônus todo será da classe trabalhadora. “O topo da pirâmide está sendo preservado por essa medida”, apontou.

Participaram também da atividade representantes de diversas entidades das áreas da educação, saúde, assistência social, servidores públicos, estudantes universitários e centrais sindicais.

Povo na rua

Representando a CUT na audiência, o diretor Ismael César repudiou a PEC e afirmou que é uma declaração de guerra do governo sem voto contra os interesses do povo. “Inevitavelmente avançará na Reforma da Previdência, na terceirização em larga escala, no congelamento dos salários dos servidores e na reforma trabalhista”, alertou. “Caso a proposta seja aprovada, ocorrerá um retrocesso sem limites aos direitos e conquistas do povo brasileiro e serão momentos de muita luta e resistência”, destacou o dirigente.

Ele convocou todas as trabalhadoras, trabalhadores, estudantes e servidores públicos para participar da greve geral organizada pela CUT para o dia 11 de novembro.